Em um ato de solidariedade e urgência climática, ativistas ambientais de diferentes países se reuniram nesta terça-feira (11) durante a Conferência das Partes (COP) para exigir metas climáticas mais ambiciosas e maior financiamento climático por parte do Norte Global. O protesto foi liderado por Carla Rimsma, porta-voz do movimento Fridays for Future Germany, e aconteceu logo após a intervenção oficial dos estados insulares, um dos grupos mais vulneráveis aos impactos da crise climática.
Durante o pronunciamento, os representantes das ilhas destacaram que os atuais compromissos das nações mais ricas são “simplesmente insuficientes” (just not enough) para conter o aumento da temperatura global. Segundo os ativistas, a falta de ambição das políticas atuais pode levar o planeta a um cenário de aquecimento médio de 2,8°C, ultrapassando de forma perigosa o limite de 1,5°C estabelecido pelo Acordo de Paris.
“Estamos aqui em solidariedade com os países insulares, que estão na linha de frente da crise. As metas climáticas atuais são fracas e colocam em risco o futuro de milhões de pessoas. O Norte Global precisa aumentar o seu nível de ambição — step up their game — e assumir sua responsabilidade histórica”, declarou Carla Rimsma.
A ativista também destacou a necessidade de ampliar o financiamento climático (climate finance) destinado aos países em desenvolvimento, especialmente aqueles que enfrentam secas, enchentes e elevação do nível do mar. “Sem recursos, não há justiça climática. Precisamos garantir um futuro justo e equitativo para todos”, completou.
O protesto reuniu dezenas de manifestantes dentro da zona azul da conferência — espaço onde ocorrem as negociações oficiais entre chefes de Estado, diplomatas e organizações multilaterais. Com cartazes e faixas, o grupo pediu que os países industrializados entreguem NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas) mais fortes e alinhadas com as metas científicas para limitar o aquecimento global.
Os estados insulares, que incluem nações como Fiji, Maldivas e Tuvalu, vêm alertando há anos que a inação climática ameaça sua própria sobrevivência. O aumento do nível do mar e a intensificação de tempestades já causam deslocamentos populacionais e perdas econômicas severas.
A mensagem central do ato foi clara: os países que mais contribuíram para as emissões históricas de carbono devem agir de forma urgente e solidária, não apenas com promessas, mas com ações e recursos concretos. Para os ativistas, somente um compromisso real do Norte Global poderá evitar um futuro climático catastrófico e assegurar que as metas do Acordo de Paris continuem alcançáveis.
O movimento faz parte de uma série de manifestações paralelas à COP, que buscam pressionar os líderes mundiais a tomarem decisões mais firmes e imediatas em defesa do planeta.









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