Durante o TEDx Amazônia, em Belém, o governador Helder Barbalho apresentou o Vale Bioamazônico, uma estratégia que pretende fazer da floresta o motor de uma nova revolução econômica baseada em inovação, biotecnologia e sustentabilidade. O projeto foi destaque na quarta edição do evento, realizado no sábado (8), e surge como uma das apostas centrais do Pará para a COP30.
Helder afirmou que a Amazônia deve ser compreendida como a base da próxima grande transformação econômica global. “A próxima revolução não virá de um chip. Virá de uma folha, de uma raiz, das moléculas escondidas na imensidão da floresta”, disse, ao defender que o conhecimento científico e tecnológico precisa caminhar ao lado da natureza.
Segundo o governador, o Vale Bioamazônico foi concebido para integrar três forças que moldam o futuro da economia mundial, a inteligência artificial, a energia limpa e a biotecnologia. A proposta é posicionar o Pará como o centro dessa convergência, com potencial para gerar riqueza e impulsionar a bioeconomia em escala global.
Helder destacou que o estado chega à condição de sede da COP30 com “credenciais únicas”, combinando políticas públicas estruturantes, ativos ambientais e uma das maiores biodiversidades do planeta. “O Pará concentra 78% da bioeconomia da Amazônia Legal. Aqui, uma espécie é descoberta a cada dois dias”, afirmou.
O governador assegurou que o Vale Bioamazônico “já é realidade”, sustentado por infraestrutura científica e tecnológica construída nos últimos anos. Citou o Parque de Ciência e Tecnologia da Amazônia, o Museu das Amazônias e a Casa Sociobio como pilares de um ecossistema voltado à inovação sustentável.
Desde 2019, o Pará vem consolidando políticas ambientais, como a Política Estadual de Mudanças Climáticas e o Plano de Bioeconomia da Amazônia (PlanBio), lançado em 2022. Somadas, essas ações já mobilizam R$ 900 milhões em investimentos públicos. “A bioeconomia é hoje uma realidade no nosso Estado. É fruto de planejamento e investimento consistente”, afirmou.
Helder também destacou o papel das startups amazônicas que projetam a bioeconomia para o mundo, como Azurill, Manioca, Amazon Manar e Labtex. Para ele, o avanço da biotecnologia representará, até 2030, o mesmo impacto que a revolução digital teve no passado. “Estudos mostram que a bioeconomia poderá movimentar US$ 3,8 trilhões até o fim da década”, ressaltou.
Ao longo da palestra, o governador enfatizou que a Amazônia precisa ser reconhecida como centro de inovação e solução climática global. “A Amazônia é o maior banco vivo de inovação do planeta. Ela abre suas portas para apoiar a humanidade e apontar soluções para o clima, para as pessoas, para a vida”, disse.
Encerrando sua fala, Helder fez um convite à comunidade internacional: “Juntem-se a nós para construir o Vale Bioamazônico, uma realidade sustentável que protege a floresta e gera riqueza para indígenas, quilombolas, ribeirinhos, produtores rurais e todos os amazônidas que querem ser parte da solução”.









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