O embaixador André Corrêa do Lago assumiu oficialmente, nesta segunda-feira (10), a presidência da 30ª Conferência das Partes da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém, e afirmou que o desafio global exige esforço conjunto e senso de urgência. “Estamos quase lá, mas temos que fazer muito”, declarou durante o discurso de abertura, ao defender o multilateralismo e a busca por soluções concretas para conter o aquecimento do planeta.
Durante a cerimônia, Corrêa do Lago agradeceu a confiança do governo brasileiro e o apoio de autoridades locais. Ele destacou o papel do governador do Pará, Helder Barbalho, a quem chamou de exemplo de orgulho regional. “É maravilhoso ver o seu orgulho de ser governador do Pará, e isso é profundamente contagiante”, afirmou. O diplomata ressaltou ainda a importância de governadores e prefeitos na implementação das decisões que surgirem da conferência, dizendo que “os entes subnacionais têm um papel absolutamente essencial”.
Com 43 anos de carreira, o novo presidente da COP30 afirmou sentir “uma imensa honra” ao assumir o posto, que ocupará pelos próximos 12 meses. Ele relembrou a experiência na Rio-92, quando atuou como jovem diplomata, e disse ser “herdeiro da tradição de servir ao Brasil”. Corrêa do Lago enfatizou que a conferência deve ser lembrada como uma “COP de implementação”, voltada para transformar compromissos em ações e integrar a pauta climática às economias nacionais.
Ao longo do pronunciamento, defendeu a importância da cooperação internacional e da ciência como guias para o combate à crise ambiental. “O multilateralismo é definitivamente o caminho”, afirmou. O embaixador também citou avanços anteriores, como o Protocolo de Montreal e o Acordo de Paris, mas alertou que “falta muito a fazer” diante dos impactos cada vez mais visíveis das mudanças climáticas.
Corrêa do Lago encerrou o discurso reafirmando o espírito de união que pretende imprimir à conferência. Ele lembrou o termo “mutirão”, de origem indígena, como símbolo da mobilização necessária para colocar em prática as decisões da COP. “Essa é uma COP que tem que apresentar soluções”, disse. “Eu espero que seja lembrada também como uma COP que vai ouvir e acreditar na ciência, a COP da verdade.”
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