A Cúpula do Clima, em Belém, começa com uma ação de forte apelo aos negociadores dos países signatários do Acordo de Paris: “Tripliquem o financiamento da adaptação”.
A projeção Do presente ao futuro com adaptação climática, que será realizada na noite desta terça-feira (5), propõe uma reflexão sobre o futuro da vida na Terra e destaca a urgência de medidas voltadas à adaptação em um cenário de mudanças climáticas já em curso. Entre as frases que serão exibidas estão:
- “Líderes mundiais, a adaptação climática não pode esperar”
- “A adaptação é vida, para todos os povos e todas as espécies”
- “Adaptação é ação: cidades-esponja, agricultura resiliente, sistemas de alerta precoce”
“Queremos inspirar uma reflexão que vá além da urgência do momento e alcance a forma como planejamos o futuro das cidades, dos territórios e das pessoas. Essa é uma agenda de sobrevivência”, afirma Natalie Unterstell, presidente do Instituto Talanoa, responsável pela iniciativa que busca sensibilizar tomadores de decisão e a sociedade civil sobre a importância de integrar a adaptação climática à agenda central da COP30, que será sediada em Belém em novembro de 2025.
A intervenção pretende convidar o público — negociadores, autoridades e cidadãos — a olhar para a dimensão humana, política e coletiva da adaptação climática. Afinal, adaptar é um ato técnico, mas também profundamente político.
As frases aparecerão em diálogo com animações inspiradas nas gravuras do artista Evandro Carlos Jardim, conhecidas por retratar o movimento da natureza e das cidades. A concepção artística é assinada por Gisela Motta e Mariana Lacerda, que buscaram na obra do artista a ideia de transformação e as paisagens — humanas e não humanas — que expressam as transições do nosso tempo.
“Temos uma imagem do Pico do Jaraguá, hoje uma terra indígena em plena metrópole de São Paulo, e nela vemos este relevo por onde escorre água. À luz do presente, o que esta imagem pode sugerir? Isto é muito intenso e talvez indique como a adaptação é sinônimo de sobrevivência”, afirma Mariana Lacerda.
“As imagens nos trazem de forma muito sensível um assunto que já é real. É a política pela poética”, acrescenta Gisela Motta.
Concepção: Equipe Talanoa e Cristiane Fontes, com as artistas Gisela Motta e Mariana Lacerda
Sobre as artistas:
- Gisela Motta atua há mais de 25 anos em trabalhos individuais e em parceria com a dupla Motta & Lima e o grupo Barreira Y. Participou de exposições no Brasil e no exterior, como “Contando Ovelhas Elétricas” (Sesc Santo Amaro, SP) e “Amazonie – Le chaman et la pensée de la forêt” (Museu de Etnografia de Genebra). É codiretora do filme “Xapiri” (2012) e cocriadora da instalação “Yano-a”, exposta permanentemente no Instituto Inhotim.
- Mariana Lacerda é diretora dos documentários “Eu sou uma arara” e “Mapear Mundos”, além do longa “Gyuri”, filmado na aldeia Demini com Davi Kopenawa e Claudia Andujar. Seus trabalhos exploram as relações entre arte, política e território. Atualmente, finaliza o longa “Telúrica – a íntima utopia”.
Serviço:
Projeção “Do presente ao futuro com adaptação climática”
Local: Edifício Bechara Mattar (Rua Padre Champagnat, 207-159 – Cidade Velha, Belém/PA)
Quarta-feira, 5 de novembro
Das 19h às 22
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