Operação contra o CV no Rio faz Argentina e Paraguai reforçarem fronteiras com o Brasil - Estado do Pará Online

Operação contra o CV no Rio faz Argentina e Paraguai reforçarem fronteiras com o Brasil

Após confrontos que deixaram mais de 100 mortos nos complexos da Penha e do Alemão, os dois países vizinhos acionaram planos emergenciais de vigilância e ampliaram o patrulhamento na Tríplice Fronteira.

Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

O rastro de violência deixado pela Operação Contenção, no Rio de Janeiro, atravessou as fronteiras brasileiras. Temendo a fuga de integrantes do Comando Vermelho, a Argentina e o Paraguai decidiram intensificar o patrulhamento em áreas limítrofes com o Brasil.

A reação veio após alertas do Comando Tripartite da Tríplice Fronteira, que reúne forças policiais dos três países. O comunicado desencadeou uma resposta imediata em Assunção. O Conselho de Defesa Nacional (Codena) paraguaio informou que, desde terça-feira (28), unidades de segurança nacionais estão em “medidas extraordinárias de prevenção e vigilância” para impedir a entrada de criminosos.

A ministra da Segurança argentina, Patricia Bullrich, também determinou reforço militar na faixa fronteiriça. Em ofício divulgado nas redes sociais, ela classificou os membros do Comando Vermelho como “narcoterroristas” e orientou que autoridades da Argentina, do Paraguai e do Brasil mantenham contato direto para uma ação conjunta.

“Reforçamos (a segurança na) fronteira para proteger os argentinos diante de qualquer debandada [de criminosos] resultante dos confrontos no Rio de Janeiro”, escreveu Bullrich, destacando que a decisão tem caráter preventivo.

A ofensiva policial que provocou a reação internacional é considerada a maior e mais letal do Rio em 15 anos. Com 2,5 mil agentes envolvidos, a Operação Contenção deixou cerca de 120 mortos, entre eles quatro policiais. O saldo também inclui 113 prisões e a apreensão de 118 armas e uma tonelada de drogas.

O governo fluminense classificou a operação como “um sucesso”, sustentando que os mortos reagiram às forças de segurança e que todos os que se renderam foram presos. Já moradores das comunidades da Penha e do Alemão, familiares de vítimas e entidades civis denunciam o episódio como uma “chacina”, apontando sinais de execução em corpos encontrados nas matas da região.

Com o clima tenso e a repercussão internacional, a ofensiva do Rio ampliou a tensão diplomática em torno das fronteiras sul-americanas. O temor, agora, é que a pressão policial nas favelas cariocas empurre integrantes de facções para rotas de fuga além das fronteiras, um movimento que acendeu o sinal de alerta em Buenos Aires e Assunção.

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