Mistério em chamas: peritos investigam incêndio em prédio do DSEI em Belém - Estado do Pará Online

Mistério em chamas: peritos investigam incêndio em prédio do DSEI em Belém

Após o fogo destruir parte da sede do DSEI Guamá-Tocantins, especialistas da Polícia Científica analisam a estrutura e buscam pistas que revelem a origem do incidente, enquanto o prejuízo com medicamentos preocupa a coordenação.

Amanda Monoteiro / Ascom PCEPA

O silêncio que hoje domina o prédio do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Guamá-Tocantins contrasta com o caos registrado na última terça-feira (14). As paredes marcadas pela fuligem e o cheiro de fumaça ainda denunciam a intensidade do incêndio que atingiu o local, situado na avenida Conselheiro Furtado, em Belém.

Na manhã desta sexta-feira (17), uma equipe da Polícia Científica do Pará (PCEPA) realizou uma perícia detalhada para tentar responder à principal pergunta que ficou no ar: o que causou o fogo? Os peritos do Núcleo de Engenharia Aplicada inspecionaram o prédio, registraram imagens e analisaram a rede elétrica, em busca de indícios que ajudem a esclarecer as circunstâncias do sinistro.

“Periciamos o local buscando identificar a zona de origem do fogo, avaliar o risco de desabamento, e determinar se o incêndio foi doloso, acidental ou resultado de falha de manutenção em equipamentos. A partir dessas análises, emitiremos um parecer técnico para subsidiar a investigação policial”, explicou o perito criminal e engenheiro civil, André Brasil.

O Corpo de Bombeiros controlou as chamas ainda no dia do ocorrido, evitando que o incêndio se alastrasse por toda a estrutura. Apesar do susto, ninguém ficou ferido. O DSEI, vinculado ao Ministério da Saúde, é responsável pela atenção básica à saúde indígena e pela distribuição de insumos a aldeias em 45 municípios do Pará, uma rede que agora enfrenta incertezas devido às perdas materiais.

Segundo a coordenadora do distrito, Purupramare Gavião, o prejuízo mais imediato está na destruição de medicamentos e insumos, que somam cerca de um milhão de reais. “O foco inicial do incêndio começou no saguão e se alastrou rapidamente. A ação dos bombeiros foi ágil. Suspeitamos que tenha sido um problema elétrico, mas a confirmação depende do laudo pericial”, afirmou.

Enquanto o resultado das análises não é divulgado, o prédio segue interditado. Caberá à perícia indicar se a tragédia foi provocada por falha humana, desgaste de estrutura ou ação intencional, uma resposta aguardada com ansiedade pelos servidores e pelas comunidades indígenas atendidas pelo distrito.

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