Cerca de 200 indígenas de diferentes regiões do país marcharam nesta segunda-feira (13), em Brasília, para cobrar do presidente Lula (PT) e do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, a conclusão dos processos de demarcação de 104 Terras Indígenas ainda pendentes. A passeata seguiu até o Ministério da Justiça, onde os manifestantes exibiram um documento simbólico do tamanho de uma quadra de vôlei e uma caneta inflável de cinco metros.
A ação, intitulada “Demarca, Lula”, foi organizada pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) com apoio da plataforma Avaaz e faz parte da Pré-COP Indígena, evento paralelo à Pré-COP30 oficial, que ocorre nos dias 13 e 14 de outubro. Enquanto autoridades e diplomatas discutem compromissos internacionais para o clima, as lideranças indígenas defendem que garantir a posse e a proteção jurídica dos territórios tradicionais é uma medida imediata e eficaz para conter o desmatamento.
Durante o ato, representantes da APIB reforçaram que 37 terras dependem de despacho do ministro da Justiça e outras 67 aguardam apenas a assinatura presidencial. Segundo o coordenador executivo da organização, Kleber Karipuna, a cobrança busca fazer o governo cumprir o compromisso firmado com os povos originários e reconhecer o papel dessas comunidades na preservação ambiental e na mitigação da crise climática.
Pesquisas citadas pela APIB indicam que as Terras Indígenas figuram entre as áreas mais preservadas do país, funcionando como barreiras naturais contra o avanço da devastação. Para as lideranças, a demarcação representa uma solução concreta, de alcance nacional, que pode consolidar o legado climático brasileiro na COP30, que será realizada em novembro, em Belém.
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