Entre a Missa Campal e o Círio Fluvial, casa de dona Angélica se torna ponto de fé em Icoaraci - Estado do Pará Online

Entre a Missa Campal e o Círio Fluvial, casa de dona Angélica se torna ponto de fé em Icoaraci

Há mais de 20 anos, residência na orla de Icoaraci recebe dezenas de fiéis para acompanhar a passagem da Imagem Peregrina.

EPOL

Na esquina da Lopo de Castro, em Icoaraci, uma casa se transforma em arquibancada todos os anos durante a Missa Campal, que antecede o Círio Fluvial. O endereço é da dona Angélica, que há mais de duas décadas abre as portas para cerca de 50 pessoas acompanharem de perto a passagem da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Nazaré. O gesto virou tradição e símbolo de fé no bairro.

“É uma coisa que eu me preparo o ano inteiro, é uma satisfação. Eu me organizo para isso, tudo que eu uso é de muitos anos e eu conservo a tradição. Mesmo doente, reformei a casa para receber os fiéis. Nossa Senhora é a mãe de todos. Neste ano, eu queria um modelo de percurso diferente, mas acho que a Igreja se posicionou, porque é uma tradição, e você não pode mudar as tradições assim, da noite para o dia. Sou católica desde criança. Apesar da minha mãe ser judaica, ela casou com um português católico e conservou a religião. Foi o exemplo que eles nos deram”, contou dona Angélica, emocionada.

A neta, Bia Engelbert, ajuda na organização e na acolhida aos visitantes. Ela conta que a família mantém a promessa como forma de gratidão pela vida da avó.

“É uma sensação única. A gente abre a casa todo ano, faz distribuição de água e oferece café da manhã. É uma promessa que fazemos todos os anos em devoção à vida dela, porque ela estava fazendo hemodiálise, ficou um mês na UTI. Tudo isso, para a gente, é gratificante: poder mostrar nossa fé para todo mundo, além de ver a santa de pertinho. É somente agradecer”, destacou.

O encontro anual na casa de dona Angélica é marcado por orações, cânticos e emoção. Enquanto a Imagem Peregrina parte pelo rio, os convidados se unem em um momento de fé coletiva que reforça o espírito do Círio de Nazaré. Ali, na varanda que se tornou símbolo de acolhimento, cada olhar voltado à santa traduz a força da devoção que atravessa gerações.

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