"Não me lembro de ter criança inscrita no Bora Belém", diz vereador Zezinho Lima em entrevista durante a Parada LGBTI+ - Estado do Pará Online

“Não me lembro de ter criança inscrita no Bora Belém”, diz vereador Zezinho Lima em entrevista durante a Parada LGBTI+

Com um porrete na mão, parlamentar afirmou ter sido o primeiro a fiscalizar a presença de menores no evento e defendeu projetos de lei para “proteger as crianças” em Belém

O vereador Zezinho Lima (PL) afirmou neste domingo (28), durante a 23ª Parada LGBTI+ de Belém, que não se recorda de crianças cadastradas no programa de transferência de renda Bora Belém, revogado pela atual gestão. A fala veio durante entrevista ao Estado do Pará Online (EPOL), na qual foi questionado sobre os menores que teriam ficado desamparados após a revogação do benefício.

O vereador disse não se recordar de inscrições infantis no programa e defendeu que os beneficiários sejam capacitados para o mercado de trabalho em convênios com empresas privadas. Para ele, auxílios financeiros não devem ser tratados como “direito adquirido”, mas sim como medidas emergenciais.

Ao justificar sua presença no evento, o parlamentar disse ter sido o primeiro a solicitar fiscalização da Vara da Infância e Juventude em uma Parada LGBTI+. Segundo ele, a verificação constatou poucas crianças no percurso, todas acompanhadas dos pais. Para o vereador, a situação foi considerada “tranquila”, embora critique o ambiente, que classificou como “impróprio”.

Durante a entrevista, o vereador também comentou a repercussão do porrete que levou ao ato, explicando que o objeto seria um “símbolo” de sua postura de enfrentamento a práticas que considera erradas na cidade. “Se tiver corrupção, a corretada vem. É mais um símbolo do que outra coisa”, declarou.

Zezinho aproveitou para citar projetos de lei de sua autoria em tramitação na Câmara Municipal. Entre eles, a proibição da participação de crianças e adolescentes em eventos como a Parada, a vedação de banheiros unissex em escolas e a proibição do uso da linguagem neutra no ensino municipal. Ele ainda mencionou iniciativas contra músicas de teor sexual em ambientes escolares e contra o uso de símbolos religiosos em manifestações culturais.

Questionado se sua atuação seria contrária à comunidade LGBTI+, Lima negou preconceito. “Cada um faz o que quer da sua vida. Já homenageei uma servidora trans em Ananindeua e faria o mesmo em Belém. Minha preocupação é simplesmente com as crianças, mais nada”, afirmou.

Por fim, Lima destacou sua atuação parlamentar como opositor à gestão municipal, mencionando a destinação de recursos por meio de emendas parlamentares federais. Segundo ele, sua postura é de oposição “responsável”, com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento de Belém.

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