A poucos dias do Círio de Nazaré, a movimentação na Avenida Nazaré, em Belém, já reflete a chegada crescente de ambulantes que fazem da festa o ponto alto do ano para suas vendas. Entre artigos religiosos, brinquedos, comidas típicas e produtos regionais, a avenida começa a se transformar no grande corredor da fé e do comércio que antecede a procissão.
Vanessa Lima, 43 anos, trabalha há anos como ambulante e define o período como essencial para garantir o sustento da família. “A expectativa é a melhor de todas, porque o Círio é o nosso ganha-pão. O que a gente consegue vender nesse período dá para viver o ano inteiro, com dignidade. É uma época muito especial, de muitas pessoas e de muitos produtos. Para nós, ‘Nazica’, que é Nossa Senhora de Nazaré, abre essa oportunidade de trabalho”, contou.
Entre os produtos mais procurados estão os brinquedos temáticos. Este ano, a aposta dos vendedores é no sucesso da capivara, que virou febre e promete aquecer as vendas. Alberto Gomes, 37 anos, acredita que o movimento será ainda maior com a chegada antecipada de turistas para a COP30. “Os artigos para crianças sempre têm saída garantida, mas agora, com o tema da capivara, a expectativa é de dobrar as vendas”, afirmou.
Na esquina da Avenida Nazaré com a Travessa 14 de Março, uma barraca chama atenção pelo cheiro inconfundível. É o espaço de Wilson Gomes, 71 anos, conhecido pela venda de essências típicas do Pará, como patchuli, priprioca e outros aromas que marcam a tradição do Círio. Ele mesmo produz as raízes e plantas em sua fazenda, no município de Acará. “Aqui é a única barraca que vende esses artigos, por isso já virei uma figura típica”, disse com orgulho.
A cada ano, o número de ambulantes cresce de forma expressiva na região. Muitos trabalham o ano inteiro em pontos fixos, mas o Círio multiplica a presença de vendedores ao longo da avenida, que se torna uma vitrine da cultura, da fé e da economia popular da capital paraense.
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