A greve dos operários da construção civil de Belém completa uma semana e ganhou novos desdobramentos nesta segunda-feira (22), após denúncias de que a empresa Círculo Engenharia, responsável por uma obra ligada à COP30, teria contratado segurança privada para impedir a entrada de representantes sindicais no canteiro. O caso gerou reação do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil, que afirma ter o direito de fiscalizar as condições de trabalho e acompanhar as negociações da categoria.
De acordo com a entidade, a paralisação atinge todas as obras em andamento na capital e tem como principais reivindicações reajuste salarial de 9,5%, aumento de R$ 270 na cesta básica, pagamento da participação nos lucros em duas parcelas de R$ 378, além da definição de datas fixas para quitação de salários, nos dias 15 e 30 de cada mês. O sindicato também cobra classificação profissional para mulheres operárias e o fim da função de meio oficial, com enquadramento direto como profissional.
A Central Sindical Popular (CSP-Conlutas) considera que a restrição de acesso aos representantes da categoria é uma tentativa de limitar a mobilização dos trabalhadores. Para o movimento, o impasse se acentuou pelo fato de as obras relacionadas à COP30 gerarem lucros expressivos às empresas, sem reflexo nas condições de vida dos operários.
Diante da falta de acordo, o Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região (TRT-8) marcou para esta segunda-feira, às 10h30, uma audiência de conciliação com representantes da patronal e dos trabalhadores. O sindicato informou que acompanhará a sessão de forma presencial em frente à sede do tribunal, com transmissão ao vivo.
“A greve continua por tempo indeterminado”, informou o sirigente do sindicato.
O dirigente do Sindicato, Ailson Cunha, informou em nota ao Estado do Pará Online (EPOL) que considera uma afronta a restrição do acesso da entidade aos canteiros de obras. Segundo ele, a convenção coletiva garante a entrada dos representantes sindicais para dialogar com os trabalhadores, mas a medida estaria sendo reforçada com apoio policial. “Isso é uma fronta muito grande, mas a nossa greve está forte e continua”, declarou.
Ele acrescentou que a continuidade da paralisação dependerá do resultado da audiência de conciliação no TRT-8. Ailson afirmou que, embora três empresas já tenham fechado acordos individuais oferecendo condições melhores que a proposta patronal conjunta, os trabalhadores aguardam que as maiores construtoras, especialmente as envolvidas nas obras da COP30, apresentem uma contraproposta mais próxima das reivindicações da categoria.
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