A aprovação da chamada PEC da Blindagem na Câmara dos Deputados segue repercutindo em todo o país e, em especial, no Pará. A proposta, que amplia proteções e imunidades de parlamentares e restringe o alcance de decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), contou com o apoio da deputada federal Dra. Alessandra Haber (MDB-PA).
O posicionamento da parlamentar tem sido alvo de críticas intensas, sobretudo por ela ser esposa do médico e atual prefeito de Ananindeua, Daniel Santos (PSB), que já foi investigado em operações policiais por desvios de recursos da saúde e irregularidades em contratos públicos.
Para analistas e opositores, o voto de Alessandra Haber levanta suspeitas de conflito de interesse, já que a PEC dificulta o andamento de processos criminais contra políticos e reforça mecanismos de blindagem institucional.
Críticos classificam a proposta como um retrocesso no combate à corrupção, argumentando que enfraquece a fiscalização sobre a classe política e abre espaço para a impunidade. No caso da deputada paraense, o apoio à medida é considerado ainda mais delicado devido ao histórico de denúncias envolvendo o marido, o que reforça a percepção de que a decisão teria servido mais a interesses pessoais do que ao compromisso com a transparência pública.
A votação reacendeu o debate sobre ética e responsabilidade no exercício do mandato parlamentar. Para parte da sociedade civil, o episódio expõe uma contradição entre o discurso de renovação política e a prática de apoiar medidas que aumentam a proteção de parlamentares investigados.
Daniel é investigado pelo Ministério Público por supostos crimes contra a administração pública, como corrupção, peculato, fraudes em licitações e lavagem de dinheiro, além de possível atuação de uma organização criminosa.
O gestor também é citado em denúncias envolvendo a compra de uma fazenda de R$ 16 milhões em Tomé-Açu, suspeita de ter sido financiada por Danilo Linhares, dono da empreiteira Edifikka, contratada pela prefeitura. Além disso, há acusações de superfaturamento na saúde e de fechamento irregular de unidades hospitalares no município.
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