O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) revogou a prisão preventiva de Fabrício Buarque Corrêa, assessor especial da Presidência da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), detido na última quarta-feira (3) durante a Operação Expertise, da Polícia Federal. A decisão foi assinada na noite de quinta-feira (4) pelo desembargador Marcus Vinícius Reis Bastos, relator do habeas corpus apresentado pela defesa.
Fabrício é acusado de integrar um esquema criminoso que teria desviado cerca de R$ 198,3 milhões em recursos federais destinados à saúde e educação. Segundo a investigação, o grupo utilizava empresas de fachada, contratos fraudulentos e movimentações em espécie para lavar dinheiro e distribuir propinas.
As apurações da Polícia Federal indicam que parte central da operação funcionava dentro da Alepa, com participação de servidores e assessores ligados à cúpula da Casa. Relatórios do Coaf apontaram Fabrício como beneficiário direto de transferências da empresa Líder Engenharia, considerada peça-chave na lavagem de dinheiro.
Em um dos episódios citados, a empresa transferiu R$ 250 mil para a conta do assessor em 2023. Outro ponto destacado foi sua presença em uma confraternização logo após o pagamento de suposta propina a um servidor da Assembleia. Para a PF, esses fatos mostravam que Fabrício tinha papel ativo na articulação da distribuição dos valores ilícitos.
A investigação também monitorou saques milionários em espécie feitos por empresários investigados em agências de um banco estatal, pouco antes de visitas à Alepa. Para a 1ª instância, havia “fortes indícios” de que o assessor acompanhava e facilitava a entrega de propinas.
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