Parte dos 50 mil visitantes previstos para a COP30 devem chegar a Belém pelos rios, usando a estrutura hidroviária da capital paraense. O Terminal Hidroviário do Porto de Belém Luiz Rebelo Neto, inaugurado em 2014, passa por obras de revitalização preventiva e corretiva, mantendo operação regular para atender a crescente demanda. Em julho do ano passado, o terminal registrou mais de 80 mil passageiros, número que pode ser superado em novembro devido à conferência e ao ajuste do calendário escolar, que transferiu parte das férias para o período do evento.
Já o Terminal Hidroviário Internacional, construído em um antigo galpão no bairro do Reduto, é considerado uma das principais legados da COP30 pela possibilidade de trazer cruzeiros internacionais para o coração turístico da capital paraense. Inicialmente, sua entrega estava prevista para julho de 2025, mas o terminal ainda não foi finalizado.
Foi solicitada nota à Companhia de Portos e Hidrovias do Pará (CPH), à Secretaria Extraordinária da COP30 em Belém e ao Governo do Pará, mas não houve resposta até o fechamento desta matéria. O espaço será usado como lobby de alto padrão para os navios-hotel que acomodarão participantes do evento, e, depois da COP, funcionará como um polo estratégico para o turismo fluvial e internacional da cidade.
As obras do terminal internacional integram um pacote de investimentos superiores a R$ 4 bilhões financiados pelo Governo do Pará, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e parceiros, com foco em mobilidade, saneamento e infraestrutura urbana para a conferência.
Enquanto o terminal tradicional oferece acessibilidade, áreas de embarque cobertas, lanchonetes e segurança, o novo terminal aposta em soluções sustentáveis como captação de energia solar e tratamento de água para melhorar a infraestrutura da cidade e receber turistas do Brasil e do mundo.
Segundo apuração do EPOL, parte dos veículos de imprensa já circula pelo estado desde o último semestre, dividida entre mostrar atrativos turísticos, investigar questões locais que nem sempre ganham destaque na mídia, assim como opinar sobre a preparação da cidade para a conferência global.
A COP30 representa um desafio para a mobilidade e acolhimento em Belém em diversos aspectos apontados pela imprensa local, nacional e internacional. Conforme apurado, as estratégias praticadas pelo poder público para usar o sistema hidroviário para solidificar a imagem do Pará no roteiro do turismo internacional podem trazer outros benefícios para o estado, como o combate ao crime organizado.
Esta é a última matéria da série “Partiu, Belém”, que investigou os principais pontos de chegada e infraestrutura da cidade para a COP30. As reportagens anteriores abordaram o Terminal Rodoviário e o Aeroporto Internacional de Belém. Encerramos a série aqui, mas o Estado do Pará On-line (EPOL) segue acompanhando os desdobramentos da conferência e seu legado na capital paraense.
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