O governo dos Estados Unidos, sob a presidência de Donald Trump, reagiu com críticas à prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Em postagens nas redes sociais, o Escritório de Assuntos do Hemisfério Ocidental, vinculado ao Departamento de Estado norte-americano, afirmou que “responsabilizará” aqueles que colaborarem com a decisão do magistrado brasileiro.
Justice Moraes, now a U.S.-sanctioned human rights abuser, continues to use Brazil’s institutions to silence opposition and threaten democracy. Putting even more restrictions on Jair Bolsonaro’s ability to defend himself in public is not a public service. Let Bolsonaro speak!…
— Bureau of Western Hemisphere Affairs (@WHAAsstSecty) August 5, 2025
A declaração oficial criticou diretamente a medida cautelar imposta por Moraes e defendeu o direito de Bolsonaro se manifestar. Em novo comentário nesta terça-feira (5), um funcionário do governo Trump, Cristopher Landau, classificou a atuação do ministro como “impulsos orwellianos”, afirmando que o Brasil estaria entrando em uma “ditadura judicial”.
Lideranças políticas brasileiras reagiram. O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do PT na Câmara, considerou “inaceitável” o posicionamento dos Estados Unidos. Para ele, o Brasil não aceitará pressões externas nem se submeterá a interesses estrangeiros vinculados à extrema direita internacional.
A prisão domiciliar de Bolsonaro foi decretada após o ex-presidente descumprir, no domingo (3), medidas cautelares que restringiam o uso das redes sociais. A violação ocorreu por meio de vídeo divulgado pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente, durante ato público no Rio de Janeiro.
No centro da investigação, Bolsonaro é acusado de ter articulado medidas para reverter o resultado das eleições de 2022, em que foi derrotado por Lula. O inquérito apura também a participação de seu filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que se licenciou do cargo parlamentar e passou a defender retaliações contra o STF nos EUA.
A Procuradoria-Geral da República já pediu nova apuração, com base na possível tentativa de obstrução de Justiça. A defesa do ex-presidente afirmou que a prisão é desproporcional e negou violação das medidas impostas. Moraes, por sua vez, sustentou que a Justiça “não será feita de tola” e que o descumprimento recorrente das ordens judiciais exige resposta legal.
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