A Justiça do Rio de Janeiro decidiu manter a prisão preventiva do rapper Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, conhecido como Oruam, após audiência de custódia realizada na última quarta-feira (23). Ele foi indiciado por sete crimes, entre eles associação ao tráfico de drogas, resistência e desacato, após confronto com a Polícia Civil na zona oeste da capital fluminense.
Durante a audiência, a juíza Rachel Assad da Cunha destacou que não cabe à Central de Custódia rever decisões já tomadas por outras instâncias. A prisão de Oruam havia sido autorizada previamente, com aval do Ministério Público. Ele se entregou na Cidade da Polícia na tarde de terça-feira (22).
A Polícia Civil do RJ classificou Oruam como de “alta periculosidade”,o 3º nível em uma escala de 4. A definição consta na Guia de Recolhimento de Presos elaborada pela Polinter e enviada à Secretaria de Administração Penitenciária (Seap). O documento integra o processo criminal contra o artista.
Segundo informações da polícia, Oruam e outros oito homens tentaram impedir o cumprimento de um mandado de apreensão contra um adolescente foragido ligado ao tráfico. Os agentes afirmam que foram hostilizados com xingamentos e pedras e que houve tentativa de invasão da residência do artista, no bairro do Joá.
Oruam, que é filho de Marcinho VP, histórico líder do Comando Vermelho, negou as acusações e afirmou nas redes sociais que os policiais agiram de forma irregular. O rapper publicou vídeos da confusão e desafiou as autoridades, afirmando que se refugiaria no Complexo da Penha. A prisão preventiva seguirá válida enquanto a investigação prossegue, com reavaliação obrigatória a cada 90 dias.
Antes de se entregar, o rapper publicou uma série de mensagens no X (antigo Twitter), alertando os seguidores sobre a presença da polícia em sua casa. Em seguida, postou um vídeo em que filma um delegado, o chama de “filho da puta” e escreve: “Ele já me prendeu uma vez, o mesmo que está indo atrás do Poze. Consegui sair tropa 00 noite sem mandado e nada, saiu do carro, pensei que fossem me matar mandando eu entrar dentro do carro”.
Pouco depois, Oruam anunciou: “Vou me entregar, não sou bandido”, e publicou um vídeo com a legenda “Amo vocês, desculpa qualquer coisa, vou voltar mais forte”. As postagens tiveram grande repercussão entre fãs e artistas do meio musical, que dividiram opiniões sobre o caso.
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Em junho, Oruam havia ganhado destaque internacional ao estampar a capa da revista britânica Dazed, conhecida por cobrir nomes emergentes da cultura e da música global. A publicação o descreveu como “uma das principais apostas do rap brasileiro”, ressaltando sua crescente projeção internacional e impacto entre os jovens.
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