Altamira, no oeste do Pará, recebeu até este domingo (20) o Festival de Cultura e Jogos Indígenas do Xingu, encontro inédito que desde quinta-feira (17) reúne mais de 900 indígenas de 14 etnias para celebrar tradições, saberes e práticas esportivas em arenas, ruas e palcos da cidade.
Base esportiva do evento inclui modalidades que combinam força física, habilidade coletiva e saberes milenares: arco e flecha, arremesso de lança e a corrida de bastão, além de canoagem, futebol, natação, cabo de força, tiro ao alvo e corrida livre de 100 metros nas categorias masculina e feminina, com provas no Estádio Municipal José Marino Bandeira de Matos (Bandeirão) e na arena de jogos da orla do cais.

Cultura diversa emociona o público com cantos, danças, grafismos e rituais; na programação noturna, artistas como Liah Soares, Sam Bruno, Aya da Amazônia, Grah Podanosk, DJ Bonfim, Joelma Kláudia e DJ Bob levaram mensagens de valorização cultural, ancestralidade e identidade indígena; “É muito significante estar hoje aqui participando do primeiro evento, em Altamira, dos Jogos Indígenas. Isso tem um grande valor para nós”, disse Gustavo Caetano Kuruaya, liderança do Povo Kuruaya.
Diversidade étnica do Médio Xingu está representada por Arara, Xipaya, Kuruaya, Asurini, Xikrin do Trincheira Bacajá, Kayapó do Kararaô, Parakanã, Araweté e Juruna. Como povos convidados, participaram: Gavião Kyikatejê, Krimei Xikrin (Rio Cateté) e Kayapó Mebêngôkre (Terra Indígena Kayapó), com delegações de mais de 60 integrantes cada, entre atletas, crianças e anciãos, que compartilham práticas esportivas e culturais.
Desde a abertura oficial na quinta-feira (17), que contou com o governador Helder Barbalho e os ministros paraenses Jader Filho (Cidades) e Celso Sabino (Turismo), o Festival tem sido marcado por falas de união, reconhecimento e respeito aos povos originários; “Os Jogos Indígenas não se tratam apenas de esporte. É cultura, é preservação da memória, é ancestralidade. Aqui une quem produz e quem preserva”, enfatizou o governador na cerimônia.
A realização do Festival é feita pelo Governo do Pará, por meio da Fundação Cultural do Pará (FCP), Programa Estadual de Incentivo à Cultura (Semear), da Secretaria de Estado de Turismo (Setur) e da Secretaria de Estado dos Povos Indígenas (Sepi), com apoio do Governo Federal via Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) de Altamira, da Prefeitura de Altamira e de empresas privadas; “Aqui, em Altamira, está acontecendo algo extraordinário. Queremos avançar para os Jogos Estaduais Indígenas”, afirmou a secretária dos Povos Indígenas, Puyr Tembé.
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