Um dia após o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmar que o ataque ao Irã “aniquilou” seu programa nuclear, autoridades americanas, iranianas e da ONU apresentam versões conflitantes sobre o destino do urânio enriquecido do país.
As três hipóteses em disputa
- Destruição total – Trump afirmou que o ataque eliminou o programa nuclear iraniano.
- Dano parcial – O vice-presidente JD Vance sugeriu que parte do material pode ter sobrado, dizendo que os EUA trabalharão “nas próximas semanas” para lidar com o estoque remanescente.
- Ocultação prévia – Autoridades iranianas e imagens de satélite indicam que o urânio e equipamentos críticos podem ter sido removidos antes do bombardeio.
Indícios de movimentação suspeita
Imagens de satélite de 19 de junho mostram 16 caminhões estacionados perto da instalação nuclear subterrânea de Fordow, levantando suspeitas de que o Irã retirou urânio antes do ataque. Duas fontes israelenses ao New York Times afirmam que houve transferência de material de Fordow e Isfahan nos últimos dias.
O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, admitiu à CNN que o Irã “protegeu” seu material nuclear, mas destacou que ninguém — nem mesmo a agência — pode avaliar os danos reais sem acesso às instalações. Ele pediu a volta de inspetores para verificar os estoques, incluindo 400 kg de urânio enriquecido a 60%.
Imagens de satélite mostram a instalação nuclear de Fordow, no Irã, antes (2/06/2025) e depois (22/06/2025) do ataque dos EUA.
Impacto limitado do ataque?
Fotos recentes de Fordow mostram crateras e detritos, mas nenhum dano “severos” como anunciado por Trump. Analistas sugerem que as bombas americanas, projetadas para penetração profunda, podem ter causado explosões subterrâneas sem grandes marcas na superfície. A AIEA também não detectou aumento nos níveis de radiação.
Enquanto o governo iraniano insiste que “não sofreu um grande golpe”, a falta de transparência alimenta especulações sobre o real estado do programa nuclear do país.
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