Esquema de desvio de encomendas dos Correios leva 34 pessoas à Justiça - Estado do Pará Online

Esquema de desvio de encomendas dos Correios leva 34 pessoas à Justiça

Esquema envolvia empresa terceirizada e usava técnicas para burlar segurança em rotas entre São Paulo e o Pará

Uma organização criminosa infiltrada na cadeia logística dos Correios é alvo de uma denúncia do Ministério Público Federal (MPF), que detalha como bens de alto valor eram sistematicamente furtados durante o transporte de encomendas no país. A atuação do grupo, que operava entre São Paulo e o Pará, foi revelada após a Operação VAR, da Polícia Federal, ser deflagrada em fevereiro deste ano.

Trinta e quatro pessoas foram denunciadas pelo MPF à Justiça Federal por envolvimento em um esquema de furto de encomendas dos Correios que gerou prejuízos milionários. A quadrilha, que atuava entre São Paulo e o Pará, é acusada de organização criminosa, furto qualificado, receptação, lavagem de dinheiro e posse irregular de armas. A denúncia foi divulgada na última terça-feira (3), após o fim do sigilo judicial.

Durante a investigação, iniciada em 2023, foi identificado que os furtos ocorriam principalmente em rotas entre São Paulo, Belém e Marabá, com participação de funcionários de uma empresa terceirizada contratada pelos Correios. A quadrilha agia com divisão clara de funções, desde motoristas até receptadores, e tinha como alvo principal produtos eletrônicos como celulares e notebooks.

Usando métodos sofisticados, o grupo manipulava lacres de segurança, adulterava compartimentos de carga e bloqueava sensores dos caminhões. As cargas eram desviadas em pontos estratégicos, especialmente no estado de Goiás, com substituição dos lacres por outros idênticos para esconder a violação. Dois motoristas foram presos em flagrante durante a operação policial na unidade dos Correios em Marabá.

Assinada pelo procurador Alan Rogério Mansur Silva, a denúncia afirma que os crimes continuaram até 2024, o que reforça a estabilidade da organização criminosa. O MPF também solicitou o pagamento de uma indenização mínima de R$ 21,8 milhões, além da responsabilização penal dos acusados.

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