YouTuber destaca pesquisas sobre a Amazônia e aponta Santarém como a primeira cidade do Brasil - Estado do Pará Online

YouTuber destaca pesquisas sobre a Amazônia e aponta Santarém como a primeira cidade do Brasil

A produção que já conta com mais de 1,5 milhão de visualizações chamou a atenção dos paraenses por valorizar a Amazônia e a história local

Em seu canal no YouTube, o criador Felipe Castanhari divulgou recentemente uma produção chamada: O Brasil antes de 1500. A produção, que já conta com mais de 1,5 milhão de visualizações, chamou a atenção dos paraenses por utilizar registros históricos de pesquisadores locais para pontuar a cidade de Santarém como a primeira cidade do Brasil. Nos comentários, alguns dos pesquisadores citados agradeceram a visibilidade à pesquisa sobre a Amazônia e sobre a história brasileira.

No vídeo, Castanhari relembra descobertas arqueológicas na Ilha do Marajó, no Pará, que revelam a existência de aldeias já por volta de 1500 a.C. Ele destaca os chamados “tesos”, grandes plataformas de terra construídas pelos povos originários a partir do ano 400. Um dos maiores legados dessas civilizações é a cerâmica marajoara, considerada uma das mais sofisticadas, com peças que retratam figuras humanas estilizadas e elementos simbólicos, como cobras e escorpiões. Fragmentos dessas cerâmicas foram encontrados em todos os tesos, reforçando a importância cultural e histórica desses povos.

Cidade mais antiga?

Mais adiante, o youtuber resgata o episódio histórico de 1661, quando o padre João Wettendorf encontrou uma grande aldeia indígena no rio Tapajós e ali fundou uma missão jesuíta, que daria origem à atual cidade de Santarém. Castanhari reflete: e se, em vez de considerarmos apenas a data oficial de fundação da cidade, avaliássemos a ocupação humana contínua ao definir qual é a cidade mais antiga do Brasil? Ele questiona a visão tradicional que aponta São Vicente, em São Paulo, como a primeira cidade brasileira, e propõe Santarém como candidata legítima, por sua longa história de ocupação anterior à chegada dos colonizadores.

Castanhari cita como fonte o trabalho de pesquisadores com forte atuação na região paraense, como Denise Schaan (in memoriam), Edna Oliveira, Célia Barreto, ligadas ao Museu Paraense Emílio Goeldi, e Eduardo Góes Neves, da USP, que colabora com diversos projetos amazônicos.