Wagner Moura critica propostas de regulação dos serviços de streaming - Estado do Pará Online

Wagner Moura critica propostas de regulação dos serviços de streaming

Ator afirma que projetos em discussão no Congresso prejudicam setor audiovisual e alerta governo sobre riscos à autonomia cultural

Wagner Moura usou suas redes sociais para criticar os projetos de regulação dos serviços de vídeo sob demanda atualmente em debate no Congresso Nacional. Em vídeo publicado nas redes sociais, o ator classificou as propostas aprovadas na Câmara e no Senado como nocivas ao setor audiovisual e ao país.

Ao comentar os textos em tramitação, o ator afirmou que as iniciativas são negativas para uma área que, segundo ele, movimenta emprego, renda e integra a cadeia econômica da cultura. Wagner argumentou ainda que a baixa taxação prevista, de 4%, não condiz com o tamanho do mercado brasileiro, que descreveu como o segundo mais lucrativo do mundo para as plataformas, atrás apenas dos Estados Unidos.

“O Brasil é o segundo maior mercado onde os estatais fazem mais dinheiro no mundo, apenas depois dos Estados Unidos. Então, para um mercado desse tamanho é uma taxação muito pequena”, disse Wagner Moura.

Em outro ponto, o artista criticou a possibilidade de as empresas utilizarem parte dos recursos arrecadados com a taxação para financiar suas próprias produções. Para ele, o mecanismo fere o objetivo de fortalecer o Fundo Setorial do Audiovisual e de fomentar a produção independente nacional.

Por fim, o ator fez um apelo para que o Ministério da Cultura participe da discussão e que o presidente Lula acompanhe o tema. Segundo o ator, o momento é decisivo não apenas para o audiovisual, mas para a autoestima e a soberania do país.

O que diz a proposta de regulamentação

Em linhas gerais, a proposta de regulação dos serviços de streaming estabelece regras para plataformas de vídeo sob demanda, incluindo a cobrança de uma contribuição sobre a receita obtida no Brasil. O texto discutido reduz a alíquota máxima da Condecine para 4% e permite que até 70% desse valor seja usado pelas próprias empresas em investimentos diretos, o que gerou críticas de parte do setor.

A regulamentação também prevê a obrigatoriedade de uma cota mínima de 10% de obras brasileiras nos catálogos, metade delas independentes. Além disso, determina que a Ancine seja responsável pela fiscalização e que parte dos recursos arrecadados seja destinada a produtoras das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, com o objetivo de reduzir desigualdades regionais. A discussão está em fase final na Câmara dos Deputados, prestes a ir à votação em plenário.

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