Com a chegada do mês de julho, período do chamado verão amazônico, milhares de turistas e moradores do Pará buscam as belas praias do estado para lazer e descanso. Destinos como Salinópolis e Ajuruteua, em Bragança, estão entre os mais procurados. No entanto, junto com a movimentação nas areias, cresce a atenção para um fenômeno natural recorrente nessa época: a presença de águas-vivas no litoral paraense.
Segundo o biólogo Diego Simeone, professor da Afya Faculdade de Ciências Médicas de Bragança, a ocorrência de águas-vivas no Pará é comum nos meses de junho e julho, exigindo cuidados por parte dos veranistas. “As condições ambientais favorecem a aproximação desses animais à costa. Por isso, é preciso saber evitá-los e também como agir em caso de contato”, explica o especialista em biologia ambiental.
Por que há mais águas-vivas no verão amazônico?
Entre os principais fatores que explicam o aumento desses organismos nas praias do Pará estão:
- Aquecimento da água, que favorece a reprodução das águas-vivas;
- Correntes marítimas e marés, que as trazem para mais perto da costa;
- Redução de predadores naturais, como tartarugas-marinhas;
- Desequilíbrios ecológicos e poluição, que alteram a cadeia alimentar e favorecem sua proliferação.
O biólogo alerta que o fenômeno também está ligado às mudanças climáticas, que vêm alterando a distribuição geográfica das águas-vivas e aumentando os riscos à saúde. “O contato pode causar desde lesões leves, como vermelhidão e dor, até reações graves, incluindo choque anafilático, especialmente em crianças, idosos e pessoas alérgicas”, afirma.
O que fazer em caso de queimadura por água-viva?
Saber como agir rapidamente é essencial. Veja os principais passos de primeiros socorros recomendados por especialistas:
- Saia da água imediatamente;
- Lave a área afetada com água do mar — nunca utilize água doce;
- Não esfregue a região com toalhas, areia ou mãos;
- Remova os tentáculos com uma pinça ou luva;
- Aplique compressas de água morna (40 a 45°C) por cerca de 20 minutos;
- Procure atendimento médico em caso de dor intensa, vermelhidão generalizada, dificuldade para respirar ou outros sintomas de alergia.
Simeone reforça que, mesmo fora dos casos graves, é sempre bom buscar orientação médica. “É fundamental entender esse fenômeno sob o conceito de saúde única, que considera o elo entre saúde humana, animal e ambiental. Monitorar a presença de águas-vivas também ajuda a proteger nossos ecossistemas e comunidades litorâneas”, conclui.
Durante a alta temporada, a atenção às sinalizações nas praias, como bandeiras de alerta ou informes das autoridades locais, é mais uma forma de garantir um verão seguro e aproveitar o litoral paraense com tranquilidade.
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