O número de uniões entre pessoas do mesmo sexo no Brasil aumentou mais de oito vezes em 12 anos, de acordo com o suplemento Nupcialidade e Família do Censo 2022, divulgado nesta quarta-feira (5) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2010, foram registradas 58 mil uniões homoafetivas; em 2022, o total chegou a 480 mil, ou seja, um crescimento de 728%.
De acordo com o IBGE, as uniões entre pessoas do mesmo sexo passaram de 0,1% para 0,7% das unidades domésticas recenseadas no período. Para a pesquisadora Luciane Barros Longo, o aumento reflete mudanças sociais e o avanço da formalização dessas relações. “Ao longo desses 12 anos, a gente teve um movimento de formalização maior dessas uniões. Também houve uma transformação da sociedade, na qual as pessoas tiveram mais liberdade em assumir as suas relações”, afirmou.
A maioria das uniões homoafetivas é formada por mulheres, que representam 58% dos casais, enquanto 42% são compostos por homens. O tipo de relação mais comum é a união consensual, que responde por 77,6% dos casos, seguida por casamentos civis (13,5%), civis e religiosos (7,7%) e apenas religiosos (1,2%).
O levantamento também indica que a maioria dos cônjuges é branca (47,3%), seguida por pardos (39%) e pretos (12,9%). Em relação à religião, 45% se declaram católicos, 13,6% evangélicos, 21,9% sem religião e 19,5% pertencentes a outras crenças. Quanto à escolaridade, 42,6% têm ensino médio completo ou superior incompleto, e 31% possuem nível superior completo.
A equiparação legal entre uniões homoafetivas e heteroafetivas foi reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2011. Desde então, casais do mesmo sexo passaram a ter o mesmo direito ao casamento civil e à união estável sem necessidade de autorização judicial.
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