Última parte de embarcação antiga encontrada na Nova Doca é resgatado

O achado arqueológico passou por cinco meses de procedimentos minuciosos de escavação e içamento.

Foto: Leonardo Macêdo/Ascom Seop

Na noite desta segunda-feira (27), foi concluído o resgate do terceiro e último segmento de uma embarcação metálica antiga encontrada durante as obras da Nova Doca, na Avenida Visconde de Souza Franco, em Belém. O achado arqueológico passou por cinco meses de procedimentos minuciosos de escavação e içamento, acompanhados pela Secretaria de Estado de Obras Públicas (Seop) e pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), visando preservar ao máximo suas características originais.

Segundo o arqueólogo Kelton Mendes, contratado pela empresa responsável pela obra, o resgate da embarcação seguiu um plano metodológico aprovado pelo Iphan. “Finalizamos o primeiro momento de salvamento arqueológico. Agora, continuaremos os estudos com mapeamento, registro fotográfico, e análise técnica para compreender a embarcação e seu contexto histórico”, explicou Mendes.

A embarcação, que possui 22 metros de comprimento, 7 metros de largura e 2,25 metros de profundidade, foi retirada em três partes – a proa e dois segmentos centrais. O terceiro e último segmento será transportado nesta terça-feira (28) para um laboratório que está sendo montado no estacionamento de uma faculdade particular próxima ao Porto Futuro I. Após o restauro, a peça será exposta ao público.

Foto: Leonardo Macêdo/Ascom Seop

A restauração, que deve durar cerca de cinco meses, será coordenada pela arquiteta Tainá Arruda. “Com a última parte resgatada, iniciamos o processo de restauro, que incluirá análises laboratoriais, limpeza e a montagem de uma estrutura elevada para expor a embarcação”, explicou a arquiteta.

A equipe envolvida no projeto conta ainda com o arqueólogo João Aires, o arqueólogo da Secretaria de Estado de Cultura (Secult) Paulo do Canto, e a museóloga Doriene Trindade, além dos supervisores do Iphan, Cristina Vasconcelos e Augusto Miranda.

Significado histórico do achado

A embarcação foi encontrada em uma área que já foi um entreposto portuário e econômico, hoje transformada em um bairro urbano comercial e residencial. Segundo especialistas, o achado pode contribuir para a compreensão de como a sociedade de Belém se relacionava com os rios e igarapés antes do processo de urbanização e asfaltamento da cidade.

Os registros históricos associados à embarcação devem lançar novas luzes sobre a formação urbana de Belém e reforçar a importância dos rios na história e na economia da região. O restauro e a musealização do achado pretendem preservar esse importante patrimônio histórico para as futuras gerações.

Leia também: