Será realizado entre os dias 24 e 27 de setembro de 2024, o 1º Congresso Panamazônico dos Professores de Língua, Linguagem e Literatura da Educação Básica (Cllimaz) e o 2º Encontro dos Egressos do Profletras da Universidade Federal do Pará (Letrasvivaz) realizarão uma conferência internacional intitulada “Não tem terra sem gente, Não tem gente sem terra”. O evento acontecerá a partir das 8h30 no Centro de Convenções Benedito Nunes, na Universidade Federal do Pará (UFPA), e contará com a participação de lideranças indígenas e ambientalistas de destaque.
Entre os palestrantes estão Gersem Baniwa, líder indígena, antropólogo e professor da Universidade de Brasília (UnB), conhecido por sua defesa das culturas indígenas, e José Manuyama Ahuite, cientista social peruano e ativista ambiental do povo Kukuma, que luta pela preservação dos rios e contra a contaminação das águas. A mediação será feita pelo professor João Colares, da Universidade do Estado do Pará (UEPA), e a tradução ficará a cargo da professora Gracinéa dos Santos Araújo, da UFPA em Castanhal.
De acordo com o professor Marcos Cunha, do Profletras/UFPA, o Cllimaz e o Letrasvivaz buscam promover diálogos entre profissionais da área, repensando o ensino da linguagem para além da gramática tradicional. O congresso propõe políticas de ensino comprometidas com a ecologia, sustentabilidade e inclusão social, étnica e cultural, além de debater as desigualdades regionais na Panamazônia e o impacto do capital internacional e das big techs.
Cunha ressalta que essas corporações dominam as discussões globais, promovem discursos de ódio nas redes sociais, moldam comportamentos e fomentam a violência contra a natureza e os povos originários. “São temas que norteiam o Congresso e envolvem famílias, estudantes, professores e a sociedade como um todo, das cidades às aldeias e quilombos”, destacou.
Dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT) reforçam a urgência dessas discussões. Em 2023, a Amazônia Legal concentrou 47% dos 2.203 conflitos no campo no Brasil, sendo o Pará o estado mais violento. Na última década, 97% das áreas de conflito por terra no país estão na Amazônia, evidenciando problemas como desmatamento, garimpo ilegal, degradação dos rios, trabalho escravo e disputas pelo acesso à terra e à água potável.
O evento conta com o suporte da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), do Mestrado Profissional em Rede Nacional (Profletras), e o apoio institucional do Instituto de Letras e Comunicação da UFPA (ILC-UFPA).
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