O acordo que a UFPA assinou com a Technische Universität Dortmund marca um novo capítulo para uma relação acadêmica que já vinha se fortalecendo na prática. Pesquisadores das duas instituições trocaram experiências nos últimos anos, especialmente com o envio de bolsistas brasileiros para programas de mestrado e doutorado na Alemanha.
A formalização do documento aconteceu na quarta-feira (19), consolidando uma parceria de longo prazo e abrindo uma série de frentes conjuntas. O foco passa pela produção científica, intercâmbios e ações voltadas à inclusão, área que se torna central nas iniciativas futuras.
Durante a assinatura, o reitor Gilmar Pereira da Silva reforçou o valor das conexões internacionais construídas pela instituição. Para ele, a convivência acadêmica com outros países revela proximidades que nem sempre são percebidas à distância. “Sabemos que nós estamos distantes territorialmente, mas, quando nos juntamos, as nossas semelhanças são maiores do que as nossas diferenças. Quando você se junta começa a ver que existem coisas que nos unem que são mais importantes do que as que nos separam”, afirmou.
A cooperação também atende um movimento crescente da UFPA em ampliar a mobilidade acadêmica. A diretora do NTPC, Simone Silva, explicou que o acordo facilita o trânsito dos estudantes e amplia o acesso a políticas de acessibilidade adotadas na Alemanha. “O convênio facilita a vida dos intercambistas, garantindo isenção de taxas, descontos e acesso às políticas de acessibilidade vigentes na Alemanha e que passam a ser estendidas para os nossos estudantes. Então, apoiados pela Capes, este acordo contempla e possibilita o intercâmbio de professores e alunos de mestrado, doutorado, de qualquer área do conhecimento do PPGTPC”, detalhou.
A parceria, entretanto, não começa do zero. O professor Christoph Käppler, da T.U. Dortmund, lembrou que a troca entre pesquisadores já estava em andamento, recebendo estudantes brasileiros para pesquisas avançadas. Agora, a cooperação ganha eixo temático claro: inclusão social em múltiplas dimensões.
“Vamos trabalhar com o projeto do Abdias Nascimento sobre pessoas com deficiência que estudam nas universidades, porque, a cada nível maior de educação, existem menos pessoas desse grupo, e isso tem que ser mudado, porque são os mesmos talentos. Devemos incluir essas pessoas na formação acadêmica e diminuir a barreira da desigualdade”, explicou.
Simone Silva coordena a iniciativa aprovada no Edital Abdias Nascimento. O grupo desenvolve uma ferramenta georreferenciada de acessibilidade, projetada para mapear barreiras e facilitar a circulação de pessoas com deficiência dentro dos campi. “Estamos produzindo, junto ao pessoal da Engenharia e da Comunicação, esse aplicativo, que será testado dentro do espaço físico da UFPA e da T. U. Dortmund”, disse.
Além desse sistema, as equipes trabalham em outro aplicativo voltado para estudantes com quadros psicológicos como depressão e ansiedade, identificando obstáculos e recursos de apoio nas universidades. A expectativa é expandir ambas as ferramentas para outras instituições e países após as primeiras avaliações.
Com o acordo assinado, as duas universidades passam a integrar uma rede que combina produção científica, tecnologia e políticas de inclusão, áreas estratégicas para o futuro da pesquisa e da mobilidade acadêmica.













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