Trabalhadores da construção civil entram em greve e impactam obras da COP30 em Belém - Estado do Pará Online

Trabalhadores da construção civil entram em greve e impactam obras da COP30 em Belém

Segundo o sindicato, a paralisação já compromete obras estratégicas para a COP30, como o Parque da Cidade, a Vila da COP e o hotel Vila Galé.

Nesta terça-feira (16), trabalhadores da construção civil da Região Metropolitana de Belém entraram no segundo dia de paralisação, após rejeitarem a proposta de reajuste salarial de 5,5% apresentada pelo setor patronal. O movimento, que reuniu cerca de 300 manifestantes, começou com concentração na sede do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção e do Mobiliário de Belém (STICMB), na Rua 9 de Janeiro, e seguiu em passeata pela Avenida Magalhães Barata até a Almirante Barroso, uma das principais vias da capital.

De acordo com o sindicato, além do reajuste considerado insuficiente — que elevaria o salário-base do servente de pedreiro de pouco mais de R$ 1.500 para R$ 1.601, valor abaixo do salário mínimo previsto para 2025 (R$ 1.630) — os trabalhadores protestam contra o acréscimo de apenas R$ 10 na cesta básica e a falta de oportunidades para mulheres no setor.

O diretor sindical Cléber Rabelo afirmou que a paralisação já compromete obras estratégicas para a COP30, como o Parque da Cidade, a Vila da COP e o hotel Vila Galé. “É inaceitável esse reajuste. Nossos salários continuam abaixo do mínimo, enquanto a pressão sobre os prazos das obras da COP só aumenta”, declarou.

Na segunda-feira (15), cerca de 600 operários já haviam marchado até a sede do sindicato patronal para cobrar avanços nas negociações. A categoria reivindica reajuste de 9,5% no piso salarial, cesta básica de R$ 270, PLR de R$ 378, classificação profissional para operárias, aviso prévio indenizado, fim do cargo de meio oficial e manutenção das cláusulas sociais da convenção anterior.

Apesar da mobilização, o STICMB informou que ainda não houve abertura de negociação por parte das empresas e que a greve seguirá por tempo indeterminado, caso as reivindicações não sejam atendidas.

Posicionamentos oficiais
A Secretaria de Estado de Obras Públicas (Seop) afirmou, em nota, que as obras da COP30 “seguem normalmente, dentro do cronograma previsto”. Já o Sinduscon-PA (Sindicato da Indústria da Construção do Estado do Pará) informou que não irá se pronunciar sobre o assunto no momento.

Durante a passeata desta terça-feira, o protesto gerou congestionamento nas avenidas Magalhães Barata e Alcindo Cacela. A Polícia Militar foi acionada e acompanhou a movimentação dos trabalhadores.

Leia também: