Um dos principais stakeholders do combate as mudanças climáticas no esporte, o Terra FC promoveu um encontro nesta quinta-feira, 13, em Belém como parte da campanha com os clubes e federações estaduais. Durante o “From football rivalry to unity: Playing for Earth”, a COP 30 e as ações desenvolvidas por Remo, Paysandu, Federação Paraense de Futebol e Confederação Brasileira de Futebol entrou em pauta.
De acordo com a Diretora de Campanha do Terra FC, Laura Moraes, o debate serviu para reforçar o compromisso da entidade, clubes e federações em minimizar os impactos ambientais e difundir práticas sustentáveis para um futebol melhor.
Queremos mostrar para outros clubes que ações já estão sendo feitas. Tudo bem a gente ter rivalidade dentro do campo, mas que se a gente não somar para fazer coisas juntas, não é o Paysandu, nem o Remo que vai sofrer. É um jeito de trazer as pessoas para perto e mostrar que, mesmo ‘se odiando’, nisso de futebol, podemos trabalhar em causas que podem beneficiar todo mundo”, destacou.
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A parceria do Terra FC com a dupla Re-Pa e a Federação Paraense de Futebol iniciou, de fato, neste ano durante o Campeonato Paraense. Na ocasião, a instituição fez uma ação durante um dos clássico entre Remo e Paysandu. Para Laura, os clubes paraenses estão “dando aula” de como lidar com o combate das mudanças climáticas.
Os clubes estão engajados em fazer mais planos de sustentabilidade. Já assinaram documentos em relação a isso. No último Re-Pa colocaram o Terra FC em campo, mostrando as nossas mensagens, chamando para seguir a nossa campanha e fazendo ações com outros clubes também. Super preocupados com esse tema. É muito legal que aqui em Belém, dentro da Amazônia, não estamos deixando outras pessoas virem nos ensinar o que fazer. Os times daqui e a Federação já estão dando aula em relação a esse tema”.
Somos uma campanha global que une clubes, jogadores de futebol, lendas e principalmente a torcida para falar sobre mudanças climáticas, combinar ações de sustentabilidade utilizando a linguagem do futebol. Não tem política, influenciador, ninguém que mais com o público do que o futebol. É uma ideia de parceria, união, deixar a rivalidade dentro do campo e jogar para proteger o jogo e o planeta, porque sem isso não haverá futebol”, completou.
Na prática
Durante o painel, Remo e Paysandu estiveram representados pelo CEO André Alves e pelo executivo administrativo Thiago Xerfan, respectivamente. A dupla detalhou as ações que os clubes desenvolveram e estão desenvolvendo nesta temporada para reduzir os impactos ambientais.
Segundo Xerfan, uma das primeiras iniciativas do Paysandu foi a adoção do ingresso digital para os jogos de futebol. Ele destacou ainda que o clube possui parceria com associações de catadores, que recebem os resíduos sólidos das partidas no Estádio Banpará Curuzu e Mangueirão para transformar o “sem valor” em algo rentável.
A primeira ação do Paysandu em 2025 foi a extinção do ingresso físico. É uma ação que está completamente ligada ao conceito de sustentabilidade. Ajuda, inclusive, no campo da inclusão. Nos últimos anos, o clube destina os resíduos sólidos de dentro do estádio a uma associação de catadores. Existe uma cadeia produtiva de reciclagem, onde o catador pega os materiais, comercializa para empresas de reciclagem. O material sem valor, passa a ter um valor. É uma medida que impacta positivamente em termos ambientais, da inclusão social fomentando uma atividade, e o viés econômico”, explicou.
CT sustentável
Do lado azulino, o CEO do clube, André Alves, reforçou o trabalho da diretoria do Remo para transformar o Centro de Treinamentos de Outeiro em sustentável. Em reforma, o local deve ter sistema de reaproveitamento de água e energia solar. Além disso, o Leão adotou ações como a criação de uma comissão para tratar das questões ambientais e o uso de garrafa pet na confecção dos uniformes.
Criamos um comitê para dividir as ações patronais e de sustentabilidade. Temos dividido as ODS da ONU. O CT já vai crescendo de forma sustentável, com reaproveitamento de água, energia solar. O material da camisa é de garrafa pet. Tudo faz parte das nossas ações. Fizemos uma ação com a equipe da Náutica de limpeza dos rios. O futebol é um acelerador disso. O clube está engajado. Estamos com projetos já em andamento”, contou André Alves.
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