Após 16 dias internada em uma unidade básica de saúde do município de Capitão Poço, a idosa Antônia de Nazaré, 68 anos, teve alta hospitalar sem que tenha recebido o tratamento adequado, segundo informações repassadas à nossa redação por uma de suas filhas, que foi "despachada" para buscar atendimento em outro hospital, tendo inclusive que custear seu transporte e estadia, pois não há recursos e estrutura para tal. Por dias, a filha apelou por um leito nas redes sociais e disse que mesmo com o município tendo três deputados estaduais, nenhum lhe ajudou.

As inúmeras denúncias que constam contra o Hospital das Clínicas de Ananindeua fizeram com que a prefeitura do município suspendesse o pagamento dos atendimentos, que segundo denúncias são cobrados para os pacientes do SUS. Além disso, há contradições em relação ao números de atendimentos e o valor cobrado. Os proprietários do hospital são empresários e políticos ligados ao governador Helder Barbalho (MDB).

Segundo as investigação até aqui conduzidas pela Polícia Federal, a movimentação bilionária se deu através de contratos, envolvendo o Governo do Pará, a Prefeitura de Belém e a Prefeitura de Parauapebas. R$ 733.335.824,16 foram empenhados pelo Governo do Estado do Pará, no período de 2017 a 2023. Outros R$ 1.058.841.950,51 foram destinados pelos municípios do estado do Pará em processos licitatórios no período de 2017 a 2022 – sendo R$ 505.660.708,21 só com a prefeitura de Belém.

São 33 mandados em Belém, cinco em Benevides, três em Parauapebas, um em Ananindeua, cinco em Santa Maria do Pará e um em São Miguel do Guamá, além de um em Barueri/SP.