A prisão de um homem que perseguia Isis Valverde há mais de duas décadas trouxe alívio à atriz e trouxe de volta a tona o debate sobre os limites entre admiração e violência. O suspeito foi detido em flagrante na terça-feira (16), após invadir o condomínio onde ela reside, no bairro do Joá, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, em uma ação da Delegacia Antissequestro.
Segundo as investigações, o homem identificado como Cristiano Kellermann insistia em tentar contato direto com a atriz e já havia ido outras vezes ao endereço. Policiais montaram um cerco após novo retorno ao local e efetuaram a prisão pelo crime de perseguição, tipificado na legislação brasileira como stalking.
A prisão em flagrante
De acordo com informações divulgadas pelas autoridades, o suspeito foi encontrado dentro do condomínio e confessou que perseguia Isis Valverde há mais de 20 anos. Em depoimento, ele relatou diversas tentativas de aproximação ao longo do tempo e admitiu ter contratado um detetive particular para obter dados pessoais da atriz, como endereço e telefone.
A operação foi conduzida pela Delegacia Antissequestro, que atuou após ser acionada diante da reincidência das investidas. A atuação rápida evitou que o caso tivesse um desfecho mais grave.
A reação de Isis Valverde
Em nota para a revista Veja, Isis agradeceu o trabalho da polícia e afirmou que a prioridade, neste momento, é a segurança de sua família e das pessoas ao seu redor.
“Fui informada sobre a prisão de um homem que vinha me perseguindo há anos. Agradeço o trabalho das autoridades, especialmente da Delegacia Antissequestro (DAS), pela rápida intervenção. Minha prioridade é a segurança da minha família e de todos ao meu redor”, disse Isis.
A atriz, conhecida pelo público desde os tempos de “Sinhá Moça” e eternizada como Ritinha em “A Força do Querer”, nunca transformou a perseguição em espetáculo, optando por tratar o tema de forma reservada até a prisão do agressor.
Pronunciamento da família
Marcus Buaiz, marido da atriz, também se manifestou publicamente após a prisão. Ele destacou a agilidade da investigação e afirmou que a família está bem, reforçando a confiança no trabalho das autoridades responsáveis pelo caso.
O pronunciamento buscou encerrar especulações e transmitir tranquilidade, sem entrar em detalhes adicionais sobre a rotina de segurança adotada após o episódio.
Stalking além de casos com celebridades
Embora envolva uma figura pública, o caso de Isis Valverde expõe uma realidade enfrentada por milhares de mulheres anônimas no país. A perseguição prolongada, a coleta obsessiva de informações pessoais e a insistência em contato direto são elementos comuns em crimes de stalking, que passaram a ser tipificados de forma específica apenas nos últimos anos.
A prisão após duas décadas de perseguição não apaga os danos emocionais acumulados, mas representa um marco simbólico: a resposta do Estado, ainda que tardia, e o reconhecimento de que obsessão não é afeto, é violência.
Para vítimas de perseguição, a recomendação é procurar a polícia e registrar ocorrência o quanto antes. O crime de stalking pode ser denunciado em qualquer delegacia, com prioridade para unidades especializadas no atendimento à mulher. Em situações de risco imediato, a orientação é acionar o 190. A reunião de provas, como mensagens, ligações insistentes, registros em redes sociais e testemunhos, é fundamental para caracterizar o crime e subsidiar medidas de proteção previstas em lei.
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