Um dos momentos mais aguardados por parte do público em partidas de hóquei no gelo não vem de um gol ou defesa espetacular. Às vezes, o que faz a arena vibrar é uma troca de socos. Foi o que aconteceu no duelo entre San Jose Sharks e New York Rangers, quando Ryan Reaves e Matt Rempe decidiram resolver no braço o que começou em empurrões.

A cena, longe de ser uma anomalia, é quase um ritual do esporte. A torcida grita, os árbitros observam de perto e só interferem quando alguém vai ao chão ou os rivais se agarram sem troca de socos. Em vez de expulsão, a punição é uma passagem de cinco minutos no banco de penalidade, tempo suficiente para esfriar os ânimos, reacender o público e, quem sabe, fazer alguns curativos.
Mas por que um esporte tão organizado permite esse tipo de confronto? A resposta está na própria origem do hóquei. No século 19, quando a modalidade ainda dava os primeiros passos no Canadá, não havia uma estrutura rígida de regras. Em comunidades onde o esporte floresceu, brigas eram vistas como parte natural da disputa, uma forma de impor respeito em jogos duros e violentos.
Com o passar das décadas, a liga profissional da América do Norte, a NHL, decidiu não proibir as lutas, mas enquadrá-las. Primeiro veio a chamada “regra 56”, que previa a punição de cinco minutos para quem participasse de brigas. Mais tarde, ela evoluiu para a atual regra 46, que define limites e orienta os árbitros sobre quando intervir.
Essas diretrizes transformaram as confusões em um espetáculo controlado. Só é permitido o duelo direto entre dois jogadores, sem o uso do taco e com interrupção imediata caso um deles caia ou perca a condição de se defender. Mesmo com as restrições, o público mantém o fascínio: muitos turistas que assistem a jogos da NHL vão justamente em busca desse componente de adrenalina.

Embora o hóquei seja o menos popular entre os grandes esportes dos Estados Unidos, ficando atrás do futebol americano, beisebol e basquete, a intensidade e a imprevisibilidade das brigas ajudam a manter viva uma tradição que atravessa gerações. No gelo, onde tudo escorrega, a pancadaria é, curiosamente, o momento mais firme do jogo.
Confira o vídeo:
🚨 heavyweight fight 🚨
— RGF (@rgfray1) October 23, 2025
Ryan Reaves vs Matt Rempe
Couple early bombs gives Reaves the slight edge but credit to Rempe for battling back after the knock down. Dude might have a cement jaw#nyr
pic.twitter.com/pWnYOSdbct












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