O Movimento Funtelpa Forte organizado por servidores públicos estaduais da FUNTEPLA, vem reivindicando melhorias salarais e a efetivação do PCCR, alegando que mais da metade dos funcionários recebe menos de um salário mínimo de salário-base, cenário que segundo eles contrasta com a relevância dos serviços prestados por profissionais com décadas de atuação.
A FUNTELPA fica, mas a luta continua
Após verem o governo estadual recuar no projeto que tentava extinguir a Funtelpa, os trabalhadores agora lutam pela aprovação do Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR). Com o lema #PCCRdaFuntelpaJá, os trabalhadores da autarquia cobram justiça histórica, valorização profissional e reconhecimento institucional à altura do papel cultural que desempenham no Pará.
O radialista e apresentador Edgar Augusto e a jornalista Lourdinha Bezerra gravaram vídeo dando voz ao Movimento Funtelpa Forte. Assista:
Acordo por remuneração na Funtelpa: sindicatos e presidência não avançaram nas negociações do PCCR
As discussões em torno do Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR) da Fundação Paraense de Radiodifusão (Funtelpa) têm sido um ponto central nas pautas de valorização dos servidores, com o presidente da autarquia, Miro Sanova, dialogando ativamente com o Sindicato dos Jornalistas do Pará (SINJOR-PA) e o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Radiodifusão e Televisão do Estado do Pará (STERT). O objetivo é garantir melhores condições remuneratórias e de trabalho para os profissionais da comunicação pública no estado.

As negociações do PCCR da Funtelpa são um pleito antigo dos trabalhadores, que já dura cerca de cinco anos. Em abril de 2023, o SINJOR-PA entregou uma proposta de PCCR aos gestores da fundação, que incluía um estudo de impacto financeiro. Na ocasião, Miro Sanova, que assumiu a presidência da Funtelpa em abril de 2023, comprometeu-se a estudar o documento e defendê-lo junto à Secretaria de Planejamento e Administração (Seplad) e à Procuradoria Geral do Estado (PGE).
Desde então, o processo tem sido marcado por mobilizações e reuniões. Os sindicatos têm pressionado pela tramitação do projeto de lei que visa criar o PCCR, buscando uma progressão salarial para os servidores, que em muitos casos recebem salários considerados defasados, com alguns abaixo do salário mínimo ou com remuneração líquida inferior a R$1 mil, e com uma média salarial de R$2.609,19, uma das mais baixas da administração paraense.
Em abril de 2024, o SINJOR-PA e o STERT protocolaram um ofício solicitando o encaminhamento formal do projeto de lei do PCCR para análise da Seplad e PGE, etapa essencial para a apreciação da viabilidade orçamentária e jurídica da proposta. Após essa fase, o documento deverá retornar para a comissão do PCCR da Funtelpa para ajustes finais, antes de ser submetido à Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa).
Paralelamente às discussões do PCCR, os sindicatos também têm negociado o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) para os anos de 2025/2027. Em abril de 2025, os trabalhadores da Funtelpa aprovaram o ACT, que busca a valorização dos profissionais e a melhoria das condições de trabalho, incluindo a possibilidade da volta do quinquênio.
Presidente volta à FUNTELPA após segunda derrota eleitoral
Waldemiro Eduardo de Assis Sanova Nascimento, o Miro Sanova é o presidente da instituição e tem uma carreira marcada pela atuação em Ananindeua e no parlamento paraense. Publicitário e formado em Direito e Comunicação Social, Miro iniciou sua vida pública como vereador, eleito em 2008 e reeleito em 2012 pelo PDT.
A gestão de Miro Sanova estava sendo avaliada como um período de diálogo aberto com os sindicatos, buscando superar problemas históricos da Funtelpa, como a falta de concursos públicos e a desvalorização do quadro de servidores. A luta pelo PCCR e por melhores remunerações reflete o desejo de uma Funtelpa mais forte e valorizada, que reconheça o papel fundamental de seus profissionais na comunicação pública do estado. A expectativa era que o trabalho conjunto entre a presidência da Funtelpa e as entidades sindicais resultasse em conquistas concretas para os servidores, transformando a realidade da fundação, mas isso não ocorreu.
Miro também foi secretário municipal de Cultura durante a gestão de Helder Barbalho (MDB). Em 2014, conquistou uma vaga na Assembleia Legislativa do Pará e foi reeleito em 2018, ampliando sua votação.
Em 2022, tentou migrar para a Câmara Federal, sem sucesso, e, em 2024, concorreu à prefeitura de Ananindeua pelo PT, mas obteve apenas 4,28% dos votos.
Mesmo fora dos mandatos, Miro Sanova (PT) segue no radar político enquanto a cena paraense vive uma efervescência provocada por servidores da Fundação Paraense de Radiodifusão (Funtelpa), que denunciam a precarização do trabalho na comunicação pública e acusam o presidente da instituição, de só pensar em suas campanhas eleitorais, usando a estrutura do órgão público para receber possíveis apoiadores e articular sua carreira política, o que conta com a “vista grossa” de parte dos sindicalistas que evitam cobrar dele, mas sim do governador, as melhorias que a categoria reivindica. Reflexo disso são as assembleias de trabalhadores convocadas pelos sindicatos dos jornalistas e radialistas, todas esvaziadas, não ultrapassando dez participantes, conforme informado à nossa redação.
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