Seminário em Belém debate soluções para o lixo e propõe nova política de coleta seletiva

Evento reúne educadores, cooperativas e lideranças para debater soluções sustentáveis e lançar programa que amplia a coleta seletiva em Belém.

Kamila Canhedo

Começou nesta quarta-feira (28), no Hangar, em Belém, o II Seminário de Educação Ambiental, reunindo representantes de escolas públicas, cooperativas de catadores, lideranças comunitárias e órgãos públicos para discutir o futuro da gestão de resíduos na Região Metropolitana.

O evento vai até está sexta-feira (29) e é parte da mobilização para a COP 30, conferência climática da ONU que será realizada na capital paraense em 2025.

Entre os principais anúncios do seminário está o lançamento do Programa Coleta Mais Belém, que pretende ampliar a coleta seletiva na cidade e oferecer suporte às cooperativas que trabalham com material reciclável.

A proposta inclui aquisição de equipamentos, reforma de espaços de triagem e instalação do chamado “Reciclômetro” – um sistema que mede a quantidade de material reciclado e a renda gerada para os trabalhadores.

A proposta é dar estrutura e visibilidade aos catadores, que são os verdadeiros protagonistas da reciclagem em Belém, além de ampliar o alcance da coleta seletiva, hoje restrita a poucos bairros”, afirma Fernanda Salles, coordenadora de Educação Ambiental da Itaipu Parquetec, uma das organizadoras do evento, em entrevista à UFPA.

Atualmente, a coleta seletiva ainda é uma realidade distante para boa parte da população da capital. A ideia do novo programa é criar caminhos para mudar esse cenário com apoio técnico e valorização das cooperativas Concaves, Aral, ACCSB e Filhos do Sol.

Educação ambiental e inovação

Além dos debates sobre lixo urbano, o seminário também apresenta experiências voltadas para a sustentabilidade nas escolas. Um exemplo são os biodigestores instalados em 31 escolas da rede municipal, que transformam resíduos orgânicos em biogás e fertilizantes – tecnologia que já está em funcionamento em bairros e distritos como Icoaraci, Outeiro, Mosqueiro e nas ilhas.

A COP 30 representa uma oportunidade histórica para mudar a realidade da cidade. Belém precisa deixar de ser conhecida pelo colapso na coleta de lixo e se tornar referência em sustentabilidade e economia circular”, aponta Débora Monteiro, coordenadora de Projetos da Fadesp

A programação inclui rodas de conversa, painéis com educadores e catadores, espetáculos teatrais e oficinas. Um dos convidados é Marcos Sorrentino, diretor de Educação Ambiental e Cidadania do Ministério do Meio Ambiente, que participa das discussões sobre políticas públicas e o papel da juventude na agenda climática.

Participação coletiva

Com o tema “Diálogos para a COP 30”, o seminário busca construir de forma colaborativa propostas para um novo modelo de cidade, menos dependente dos lixões e mais integrada à lógica da economia circular. A entrada é gratuita e as inscrições podem ser feitas pelo site.

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