Em seu segundo ano como hospital transplantador de fígado, a Santa Casa do Pará realizou 12 transplantes hepáticos em 2024, triplicando o número registrado no ano anterior, quando o serviço foi inaugurado sob supervisão do Hospital Albert Einstein. Para o cirurgião Rafael Garcia, responsável técnico pelo serviço, esse avanço posiciona a instituição como referência na Região Norte.
“Os transplantes realizados em 2024 foram conduzidos por uma equipe 100% da Santa Casa. Isso demonstra a evolução da instituição e nosso compromisso em oferecer tratamentos de alta complexidade. Já somos reconhecidos pela Sespa como um hospital transplantador e o segundo serviço de transplante de fígado da Região Norte, o que nos coloca em destaque no Estado e na região”, destacou o médico.
Aumenta o número de potenciais doadores
Apesar do aumento nas notificações de potenciais doadores em 2024, o cirurgião ressaltou a necessidade de maior conscientização para que mais famílias aceitem doar órgãos de pessoas com morte encefálica.
“Temos capacidade para realizar pelo menos um transplante por semana, mas dependemos do aumento de doações. É fundamental que as famílias conversem sobre doação de órgãos e que o desejo de ser doador seja manifestado com antecedência”, afirmou Garcia, que espera dobrar o número de transplantes em 2025.
Histórias de superação
Pacientes como Ana Gabriela Mesquita e Wilma Cordovil testemunham o impacto transformador do transplante de fígado. Ana Gabriela foi a primeira paciente transplantada da Santa Casa em 2023. Hoje, com quase dois anos após o procedimento, ela comemora uma vida renovada:
“Minha vida mudou completamente. Antes, não podia fazer planos porque sempre estava internada. Agora, viajo, faço planos e celebro com minha família. Só gratidão, porque, sem o transplante, eu não estaria viva”, relatou.
Já Wilma, transplantada há três meses devido a uma hepatite autoimune, celebra o retorno à rotina e ao trabalho. “Completei três meses do transplante no dia 26 de dezembro e já estou voltando ao trabalho. Sinto como se tivesse uma vida nova”, disse.
Causas que levam ao transplante
Desde o início do programa em 2023, os transplantes de fígado na Santa Casa têm atendido pacientes de diferentes idades, todos com cirrose hepática, uma condição crônica que prejudica o funcionamento do fígado.
De acordo com o cirurgião Rafael Garcia, as principais causas de cirrose são hepatites virais, consumo excessivo de álcool e esteatose hepática. Ele destacou ainda que algumas causas, como hepatite autoimune e doenças genéticas, não são preveníveis, mas outras podem ser evitadas por meio de vacinação contra hepatite A e B, redução do consumo de álcool e tratamento de obesidade e diabetes.
Sobre a cirrose hepática
A cirrose é uma doença grave e progressiva que ocorre quando o fígado sofre danos irreparáveis, formando fibroses que comprometem suas funções vitais. Em casos avançados, o transplante é o único tratamento disponível para salvar vidas.
Com o avanço do programa, a Santa Casa do Pará segue reafirmando seu papel como um centro de excelência no tratamento de alta complexidade e referência em transplantes na Região Norte.
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