'Saio do União Brasil com a cabeça erguida e ficha limpa', diz Celso Sabino - Estado do Pará Online

‘Saio do União Brasil com a cabeça erguida e ficha limpa’, diz Celso Sabino

Sigla aponta infidelidade partidária; ministro reage, critica intervenção no Pará e mantém plano ao Senado

Reprodução/Redes Sociais

O União Brasil expulsou o ministro Celso Sabino nesta segunda (08), após reunião da executiva nacional que registrou 24 votos pela medida. A decisão ocorreu por suposta infidelidade partidária, após o ministro descumprir a orientação para que filiados deixassem cargos no governo Luiz Inácio Lula da Silva até setembro.

Tensão interna e disputa por espaço

O impasse se arrastava desde que a sigla determinou a saída de seus integrantes da gestão federal. Sabino chegou a entregar carta de demissão, mas permaneceu no comando do Ministério do Turismo, alegando necessidade de continuidade de projetos ligados à COP30. Em outubro, a direção nacional o afastou de decisões internas e o destituiu do diretório paraense. Conforme análises de especialistas, a jurisprudência do TSE assegura ao ministro o mandato de deputado federal licenciado mesmo após a expulsão.

Reação do ministro e críticas à intervenção

Em transmissão nas redes sociais, o ministro classificou sua saída e a intervenção no diretório do Pará como decisões “injustas”. Ele afirmou que a permanência no governo seguiu o que considera o melhor caminho para o país. Durante a manifestação, declarou: “Saio do União Brasil com a cabeça erguida, com a minha ficha limpa e sem trazer nenhuma mácula.” Sabino também citou números recentes do turismo e disse que não deixaria o cargo às vésperas da COP30, destacando que o setor teria alcançado 8,3 milhões de turistas estrangeiros em 2025.

Estratégia eleitoral, novos partidos e cenário no Pará

A permanência no governo é vista por aliados como parte da preparação para a disputa ao Senado em 2026. Nos bastidores, Sabino é citado pela mídia como possível filiado de Republicanos, PSB ou PSD, partidos que o procuraram ou com os quais foi relacionado após a expulsão. Entre essas legendas, análises políticas apontam o PSB como o caminho mais compatível com a permanência na base do governo Lula, por integrar o núcleo governista e manter alinhamento estável com o Planalto.

O ministro enfrenta no Pará a articulação do governador Helder Barbalho com o presidente da Assembleia Legislativa, Chicão, ambos cotados para a disputa ao Senado. Sabino afirmou que definirá sua nova filiação após concluir a transição partidária e que permanecerá no ministério até abril, prazo legal de desincompatibilização para quem pretende concorrer em 2026.

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