No segundo dia de atividades da COP30, realizada em Belém, ativistas e representantes de movimentos socioambientais ocuparam, na manhã desta terça-feira (11), a entrada da Blue Zone, área restrita onde acontecem as negociações oficiais entre chefes de Estado e delegações internacionais.
A manifestação, que começou por volta das 09h, faz parte de uma campanha global por justiça climática, que denuncia a adoção de medidas consideradas ineficazes e excludentes no combate à crise climática. Com faixas, cartazes e cânticos, os manifestantes exigiram mudanças estruturais nas políticas ambientais e criticaram o modelo de compensação por créditos de carbono, classificado pelos grupos como uma “falsa solução”.
Em entrevista exclusiva ao Estado do Pará Online, uma das representantes da mobilização explicou que o objetivo é chamar a atenção da opinião pública e dos líderes mundiais para o risco de o debate climático ser cooptado por interesses econômicos.
Segundo a ativista, as soluções precisam nascer das comunidades e povos que vivem os impactos da crise climática e não de mecanismos de mercado que priorizam o lucro. “Estamos aqui como parte de uma campanha global que demanda justiça climática. Rejeitamos as falsas soluções e os créditos de carbono. Queremos soluções reais, feitas pelas pessoas e para as pessoas — para o bem-estar da humanidade, da biodiversidade e do ecossistema, antes do lucro”, afirmou.
Ela destacou ainda a contradição entre o discurso oficial dentro da COP e as decisões políticas e econômicas que continuam a favorecer grandes corporações. “Mesmo com o ecossistema à beira do colapso, os líderes mundiais seguem apostando no lucro. Estamos aqui fora para dizer não à injustiça e reafirmar que a justiça climática deve ser construída com e para as pessoas”, completou.

Durante o ato, os manifestantes realizaram performances simbólicas e distribuíram panfletos explicando as críticas às políticas de compensação de carbono e à lentidão das metas de descarbonização. A mobilização foi pacífica e acompanhada de perto por equipes de segurança e observadores da conferência.
A Blue Zone é o espaço da COP onde ocorrem as negociações diplomáticas, discursos oficiais e encontros entre delegações governamentais. Já a Green Zone, aberta ao público, concentra atividades da sociedade civil, ONGs, povos indígenas, juventudes e movimentos ambientais, que têm usado o espaço para pressionar líderes por compromissos mais ambiciosos.
A expectativa é que novos atos e mobilizações ocorram nos próximos dias, à medida que avançam as negociações climáticas em Belém.
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