Trabalhadores terceirizados da construção do BRT Metropolitano paralisaram os serviços desde o início da tarde desta quinta-feira, em protesto contra salários atrasados. Segundo a categoria, a empresa responsável pelo empreendimento não realiza os pagamentos há pelo menos quatro meses.
O prédio que abriga o escritório de gerenciamento da obra, localizado próximo ao viaduto do Ananin, no bairro Levilândia, em Ananindeua, foi ocupado pelos manifestantes. As entradas estão interditadas com caminhões posicionados em cada portaria. De acordo com os trabalhadores, a medida busca chamar atenção para a situação.
“Estamos aqui pacificamente, sem fechar a BR-316, apenas as portas da empresa. Temos contas para pagar e precisamos colocar comida na mesa de casa. Estamos protestando por um direito básico, que é o nosso salário”, disse uma das trabalhadoras, que preferiu não se identificar.
No total, sete acessos ao prédio permanecem bloqueados e a paralisação não tem previsão de encerramento. Os manifestantes afirmam que a empresa tentou um acordo, prometendo quitar os débitos até o fim deste mês, mas alegam que o pagamento só ocorreria próximo ao prazo final de entrega da obra. “Não temos mais como esperar. A obra já está acabando e a gente ainda não recebeu nosso dinheiro”, reclamou uma funcionária terceirizada.
Seis anos de atraso
Orçada em R$ 561 milhões, a obra do BRT Metropolitano começou em janeiro de 2019 e deveria ter sido entregue em agosto de 2020. Com a pandemia, o prazo foi prorrogado para agosto de 2021.
Posteriormente, após a troca da empresa executora, a entrega foi adiada para dezembro de 2022.
Nos anos de 2023 e 2024, o projeto passou por novos adiamentos. Em setembro de 2025, o Governo do Estado anunciou que o BRT entrará em pleno funcionamento em outubro, logo após o Círio de Nazaré.
O projeto prevê a construção de terminais de integração, 26 estações de passageiros, passarelas, túneis e um centro de controle operacional, além de pistas exclusivas para ônibus, ciclovias e estruturas de acessibilidade.
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