O prefeito de Parauapebas, Aurélio Goiano,desabafou sobre a realidade do município que administra. Em entrevista, ele criticou a mineradora Vale, responsável pela maior mina de minério de ferro do planeta, e destacou a disparidade entre a riqueza gerada pela extração e as condições de vida da população local.
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Goiano afirmou que Parauapebas, com cerca de 350 mil habitantes, sofre com a falta de saneamento e abastecimento básico, apesar dos bilhões movimentados pela mineração.
“A Vale tem funcionário pegando ônibus às 5h da manhã e voltando meia-noite. E a minha cidade tem só 12% de saneamento básico. Não tem água encanada. Em nove meses, coloquei água em 14 bairros, trabalhando igual doido”, disse o prefeito.
O gestor também criticou a privatização do SAAEP, autarquia municipal de água e esgoto, e denunciou que a empresa deve mais de R$ 10 bilhões ao município.
Acusações de sonegação e poluição
Durante a fala, o prefeito apontou que a Vale é “a maior sonegadora de impostos do país” e que a empresa continua operando normalmente, mesmo após suspender o repasse da CFEM (Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais), que representa cerca de R$ 40 milhões mensais.
“Eles dizem que não estão produzindo, mas os trens continuam saindo 24 horas por dia. Enquanto isso, meu município se lasca”, criticou.
Goiano também citou decisões do Ministério Público Federal contra a mineradora por poluir o Rio Caitequê, fonte de água dos povos indígenas Xikrin, e por danos ambientais na bacia do Carajás.
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