Portão com cadeado impede comunidade de acessar igarapé dentro de uma RESEX na Amazônia

PORTÃO COM CADEADO IMPEDE ACESSO A IGARAPÉ DENTRO DA RESEX DE SOURE

Em meio ao debate que cerca a realização da COP30 na Amazônia, o jornalista Dário Pedrosa emitiu uma nota noticiando que moradores da vila do Pesqueiro registraram e denunciam a colocação de uma cerca com portão e cadeados que passaram a impedir o acesso da comunidade à Reserva Extrativista Marinha de Soure, área considerada de uso comum da comunidade marajoara.

“Desenvolvemos aqui o turismo de base comunitária, onde os passeios são realizados pelos visitantes, guiados pelos moradores, pelos nossos Igarapés e outros espaços naturais. De repente surge uma pessoa e coloca uma cerca deste jeito, impedindo os outros de fazerem o passeio turístico” explicou um dos moradores, questionando a barreira.

O ICMBio deverá se posicionar a respeito da situação, juntamente com a Assuremas, que é a entidade que congrega os moradores da reserva e trabalhadores que atuam no seu espaço.

Ataques às Reservas Extrativistas: Um Desafio Crescente para a Conservação Ambiental

No meio à crescente preocupação global com a preservação do meio ambiente, as Reservas Extrativistas (RESEX) têm se destacado como um modelo importante de conservação que visa proteger tanto os recursos naturais quanto as comunidades tradicionais de que deles dependem. No entanto, uma sombra tem se projetado sobre essas áreas de conservação, com um aumento alarmante de ataques que ameaçam tanto os ecossistemas quanto as vidas das pessoas que os habitam.

As Reservas Extrativistas são áreas delimitadas com o objetivo de assegurar o uso sustentável dos recursos naturais por comunidades tradicionais, como seringueiros, ribeirinhos e pescadores. Essas áreas representam uma tentativa de conciliar a preservação ambiental com as necessidades socioeconômicas próprias, ao mesmo tempo em que combatem a exploração ilegal de madeira, a caça predatória e outras atividades que comprometem a biodiversidade.

No entanto, nos últimos anos, tem-se assistido a um aumento significativo nos ataques às Reservas Extrativistas, representando um desafio crescente para a conservação ambiental. Gangues criminosas muitas vezes estão por trás dessas ações, que incluem desmatamento ilegal, mineração não autorizada e pesca predatória. Essas atividades não só causam danos diretos aos ecossistemas complexos, mas também ameaçam a subsistência das comunidades locais, que dependem dos recursos naturais para sobreviver.

Diante desse cenário, é crucial que medidas mais rigorosas sejam adotadas para proteger as Reservas Extrativistas. Isso inclui um aumento da presença e vigilância das autoridades ambientais, bem como uma colaboração estreita com as comunidades locais para fortalecer a capacidade de monitoramento e denúncia. Além disso, a conscientização pública sobre a importância das RESEX para a biodiversidade e para a sobrevivência das comunidades tradicionais também é fundamental.

O desafio de proteger as Reservas Extrativistas não é apenas uma questão local, mas tem engenharia global para a conservação da biodiversidade e o combate às mudanças climáticas. Enquanto líderes políticos, organizações não governamentais e a sociedade em geral se unem para enfrentar esse desafio, a esperança é que um esforço conjunto possa preservar essas áreas protegidas para as gerações presentes e futuras.

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