População em situação de rua no Brasil cresce e já passa de 358 mil pessoas - Estado do Pará Online

População em situação de rua no Brasil cresce e já passa de 358 mil pessoas

Levantamento da UFMG mostra avanço expressivo nas ruas de São Paulo, que se aproxima dos 100 mil desabrigados, e alerta para crescimento em Roraima.

Antônio Cruz / Agência Brasil

O número de pessoas vivendo nas ruas no Brasil chegou a 358.553 em outubro, segundo o Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com População em Situação de Rua (OBPopRua), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Os dados, baseados em registros do CadÚnico, expõem a ampliação de um problema social que se espalha por todas as regiões do país.

A concentração é maior no Sudeste, que reúne cerca de 60% da população em situação de rua. O estado de São Paulo lidera com 148.730 pessoas, sendo 99.477 apenas na capital, número que coloca a cidade prestes a atingir a marca de 100 mil desabrigados.

Na sequência aparecem Rio de Janeiro (33.081) e Minas Gerais (32.685), completando o trio de estados com os maiores índices.

Crescimento fora do eixo

Embora em menor escala, os estados do Sul e do Nordeste também apresentam números expressivos: Paraná (17.091), Bahia (16.603), Rio Grande do Sul (15.906), Ceará (13.625), Santa Catarina (11.805) e Roraima (9.954).

O caso de Roraima chama a atenção dos pesquisadores. O estado do Norte, com população bem menor que a de outras unidades federativas, ultrapassou o Distrito Federal, Pernambuco e Amazonas em número de pessoas em situação de rua. Em 2018, Boa Vista tinha pouco mais de mil moradores vivendo nessa condição, número que multiplicou por dez em sete anos.

Falta de políticas e transparência

Para o Observatório, o aumento reflete a falta de políticas públicas efetivas e o descumprimento de garantias constitucionais.

O descumprimento da Constituição Federal de 1988 com as pessoas em situação de rua continua no Brasil, com pouquíssimos avanços na garantia de direitos dessa população, majoritariamente negra e historicamente tão vulnerabilizada no nosso país”, afirma o Observatório, em nota.

Os pesquisadores também cobram mais transparência na divulgação dos dados oficiais, que, segundo eles, deveriam ser “públicos, abertos, transparentes e acessíveis a toda a sociedade”.

Com informações da Agência Brasil

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