A Polícia Civil de Santarém, no oeste do Pará, realizou na noite de sábado (27) uma entrevista coletiva para esclarecer as circunstâncias do feminicídio que vitimou Maria Jucineide, no bairro Jutaí, ela foi encontrada morta na manhã de sábado. De acordo com as investigações, a discussão que culminou na morte da mulher teria começado por causa de abacates.
Segundo a delegada Carmen Ramos, responsável pelas diligências desde o início do caso, a polícia foi acionada por volta das 11h da manhã. A partir da comunicação do crime, equipes iniciaram os procedimentos investigativos, incluindo requisição de perícias, ida ao local, identificação de testemunhas e reconstrução da dinâmica dos fatos.
De acordo com a delegada, enquanto as equipes realizavam buscas para localizar o suspeito, o companheiro da vítima se apresentou espontaneamente na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), acompanhado de advogados. Por conta dessa apresentação voluntária, ele não permaneceu preso naquele primeiro momento, conforme prevê o artigo 302 do Código de Processo Penal.
Paralelamente, a Polícia Civil já havia solicitado a prisão preventiva do suspeito ao juiz plantonista do Fórum de Santarém, pedido que foi deferido. Na noite do mesmo dia, o homem foi apresentado por familiares na delegacia, recebeu voz de prisão e teve o mandado de prisão preventiva cumprido. Ele segue preso e à disposição da Justiça.
Ainda segundo a delegada, a polícia entrou em contato com a família do suspeito e explicou que, diante da comoção pública e do risco à integridade física dele, a apresentação à autoridade policial seria a medida mais segura. O irmão do investigado acompanhou o procedimento até a delegacia.

Motivação seria briga por abacate
Durante a coletiva, a delegada explicou que a motivação do crime teria sido uma discussão envolvendo abacates que o suspeito teria retirado da residência para entregar a outras pessoas. A vítima não teria concordado com a atitude, o que gerou uma discussão que se intensificou ao longo do tempo.
As investigações apontam que a briga começou na noite anterior ao crime e se estendeu até a manhã seguinte. Conforme relato da polícia, Maria Jucineide chegou a correr para a rua, gritar e pedir socorro, além de entrar em contato telefônico com familiares. Apesar disso, ela não conseguiu receber ajuda a tempo.
Familiares chegaram a ser acionados, mas, quando uma das irmãs da vítima chegou à residência, Maria Jucineide já havia sido encontrada sem vida dentro do quarto.
A delegada informou ainda que o suspeito teria impedido a vítima de sair da casa, trancando a porta. Há indícios de que Maria Jucineide tentou se defender, o que foi constatado por lesões no corpo do investigado compatíveis com sinais de defesa.
Já havia histórico de violência
De acordo com a Polícia Civil, familiares relataram que a vítima vivia um histórico de violência psicológica e física, embora nunca tenha registrado ocorrência formal junto às autoridades.
O superintendente regional da Polícia Civil, delegado Jamil Farias Casseb, também se manifestou durante a coletiva. Ele lamentou o crime e reforçou a importância de denunciar situações de violência doméstica antes que evoluam para casos mais graves.
Segundo a polícia, o crime ocorreu na residência do casal, no início da manhã. Após o feminicídio, o suspeito fugiu do local e teria procurado apoio de irmãos antes de se apresentar às autoridades. O caso segue sob investigação.
Com informações de G1 Santarém
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