A Procuradoria-Geral da República reforçou, nesta terça-feira (9), o pedido de condenação de seis réus apontados como integrantes do chamado Núcleo 2 da trama golpista que tentou manter Jair Bolsonaro na Presidência após a derrota nas eleições de 2022. Em sustentação oral, o procurador-geral Paulo Gonet afirmou que os acusados aderiram aos objetivos ilícitos do grupo e tiveram atuação considerada decisiva no plano.
Segundo Gonet, o plano Punhal Verde Amarelo, apreendido durante as investigações, detalhava uma operação de tomada de poder que incluía atos violentos contra o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, o vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes. O procurador destacou que o general Mário Fernandes assumiu em juízo ter escrito o plano, o que, para ele, confirma a gravidade dos fatos narrados na denúncia.
Ligados também à elaboração da chamada minuta do golpe, os réus são acusados de participar da redação de um rascunho de decreto que previa intervenção na Justiça Eleitoral e prisão de Moraes. Outro ponto citado pela PGR foi a mobilização da Polícia Rodoviária Federal no segundo turno de 2022, ação que, segundo a acusação, teria dificultado a circulação de eleitores em regiões favoráveis a Lula.
São réus desse núcleo Filipe Martins e Marcelo Câmara, ex-assessores de Bolsonaro; Silvinei Vasques, ex-diretor da PRF; o general da reserva Mário Fernandes; Marília de Alencar, ex-diretora de Inteligência do Ministério da Justiça; e Fernando de Sousa Oliveira, ex-diretor de Operações da mesma pasta. Todos respondem por organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. As defesas negam envolvimento e afirmam que não há provas suficientes para condenação.
Após a fala da PGR, será a vez das defesas apresentarem seus argumentos à Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, responsável pelo julgamento. Até agora, o STF já condenou 24 réus ligados aos núcleos 1, 3 e 4 da trama. O Núcleo 5, formado por Paulo Figueiredo, que vive nos Estados Unidos, ainda não tem data prevista para ser analisado.
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