A Polícia Federal deflagrou, nesta quinta-feira (16), a Operação Óbolo de Caronte, para investigar suspeitas de fraude em licitações, desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro em contratos de obras e serviços ligados à antiga Secretaria Municipal de Saneamento de Belém (SESAN), atual Sezel.
De acordo com a PF, entre 2020 e 2024, empresas ligadas ao grupo investigado firmaram contratos que somam cerca de R$ 153 milhões, incluindo obras prioritárias para a capital paraense. Entre os contratos sob investigação estão os do Projeto Mata Fome, contemplado pelo PAC Seleções do Governo Federal, no valor de R$ 132 milhões. A licitação desse projeto foi suspensa em janeiro de 2025 por decisão do Tribunal de Contas dos Municípios do Pará.
A investigação aponta indícios de saques em espécie logo após pagamentos públicos, caracterizando possível lavagem de dinheiro. Em novembro de 2024, a PF apreendeu R$ 601 mil em espécie relacionados às suspeitas.
Durante a operação, estão sendo cumpridos 13 mandados de busca e apreensão, 12 afastamentos cautelares de servidores, três suspensões de contratações e medidas de sequestro de bens, conforme decisão da Justiça Federal, nas cidades de Belém/PA e Rio de Janeiro/RJ.
Em nota, a Prefeitura de Belém informou que prestou total colaboração com a PF e entregou toda a documentação solicitada, referente a contratos firmados na gestão anterior. A administração reforçou o compromisso com a transparência e a legalidade na gestão pública e afirmou que permanece à disposição das autoridades para contribuir integralmente com as investigações.
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