A primeira pesquisa eleitoral da Doxa no Sudeste Paraense mostra a vice-governadora Hana Ghassan (MDB) em segundo lugar, à frente do prefeito de Ananindeua, Dr. Daniel Santos (PSB). O resultado pode refletir a postura política ambígua do prefeito, que, mesmo filiado ao PSB, abriga setores de esquerda em seu governo e, ao mesmo tempo, flerta com grupos de direita, sem declarar apoio a Jair Bolsonaro (PL) ou a líderes conservadores.
Na pesquisa, realizada entre 13 e 18 de junho, o deputado federal Eder Mauro (PL) lidera com 27,8% das intenções de voto. Hana Ghassan aparece em segundo, com 17,8%, enquanto Dr. Daniel Santos fica em terceiro, com 14,2%. O ex-governador Simão Jatene (sem partido) tem 6,7%, e o senador Beto Faro (PT) aparece com apenas 2,2%.
Rejeição e estratégias em jogo
Simão Jatene é o mais rejeitado (19,9%), seguido por Hana Ghassan (15,5%). Dr. Daniel tem rejeição de 6%, menor que a de Eder Mauro (5,4%), o que sugere que sua oscilação entre esquerda e direita pode estar custando apoio consolidado.
Senado e Presidência
Para o Senado, o governador Helder Barbalho (MDB) lidera (18,8%), seguido por Zequinha Marinho (PODE) (16,4%). Na corrida presidencial, Bolsonaro (PL) tem 37%, contra 32,2% de Lula (PT).
Metodologia: A pesquisa ouviu 1.200 pessoas em oito municípios, com margem de erro de 3,5 p.p.. O Sudeste Paraense concentra 23% do eleitorado do estado.
Análise
Nas últimas duas eleições gerais, a região sudestese consolidou-se como uma área de forte apoio a Jair Bolsonaro. Houve um aumento geral no percentual de votos de Bolsonaro no estado entre 2018 e 2022, e essa tendência foi ainda mais acentuada em muitos dos municípios do Sul do Pará.
As cidades com economias baseadas em agronegócio e mineração mostram uma preferência eleitoral mais conservadora, o que explica os altos percentuais de votos para Bolsonaro nessas localidades. A pequena variação negativa em alguns municípios entre 2018 e 2022 pode ser atribuída a dinâmicas locais ou ao crescimento da votação do adversário (Lula) em alguns centros urbanos, mas a dominância do voto bolsonarista na região permanece evidente.
O que está em jogo
O desempenho de Dr. Daniel pode estar sendo impactado por sua falta de definição ideológica, enquanto Hanna Ghassan surge como alternativa consolidada ao PL. A indefinição do prefeito de Ananindeua pode ser um fator decisivo na fragmentação do eleitorado e Éder Mauro, que até então não estava posicionado para a disputa pelo executivo estadual pode se animar e tornar-se o candidato oficial do PL e da direita paraense, o que traria dificuldades para o plano de Daniel que é até aqui, ser o candidato desta parcela do eleitorado paraense.
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