Tristeza, incerteza e cobrança: futuro incerto dos permissionários - Estado do Pará Online

Tristeza, incerteza e cobrança: permissionários do Largo da Palmeira relatam apreensão após incidente

Corpo de Bombeiros e Defesa Civil estiveram no local, na manhã desta quinta-feira (30), e constataram que não há condições seguras para o funcionamento do espaço

Crédito: Divulgação

O coração do comércio popular de Belém está em silêncio. Um dia após o desabamento da laje do Complexo Largo da Palmeira, o sentimento entre os mais de 100 permissionários que trabalham no local é de tristeza e muita incerteza.

O espaço, que sempre foi sinônimo de movimento e sustento para dezenas de famílias, agora está interditado por tempo indeterminado. Corpo de Bombeiros e Defesa Civil estiveram no local na manhã desta quinta-feira (30) e constataram que não há condições seguras para o funcionamento.

Apesar de, felizmente, não haver registro de mortes, o desabamento causou prejuízos materiais e emocionais. Muitos trabalhadores dependem exclusivamente dali para garantir o sustento da família e, agora, sem uma previsão de retorno, o futuro parece cada vez mais incerto.


Tragédia anunciada

Para os permissionários, o que aconteceu não foi uma surpresa. Segundo eles, o espaço apresentava problemas estruturais há anos, e as denúncias já haviam sido feitas, mas nada foi resolvido. “Protocolamos um documento na Defensoria Pública do Estado (DPE) há quatro anos, relatando as condições precárias do espaço, para que a prefeitura fosse notificada, mas nunca obtivemos resposta”, denunciou Isaías Tavares, permissionário.

Os trabalhadores relatam ainda que, diante da falta de ação do poder público, os reparos emergenciais eram feitos por conta própria. “Como nunca tivemos resposta, a gente fazia coleta entre os permissionários para realizar esses consertos, como parte do telhado, para que pudéssemos continuar trabalhando”, contou Gisele Raiol, também permissionária.


Apoio urgente e esperança de reconstrução

Com o espaço interditado, os trabalhadores cobram uma resposta imediata da Prefeitura de Belém (PMB). Eles pedem um local provisório para continuar trabalhando e um auxílio emergencial até que a situação seja resolvida. “A gente precisa dessa definição, precisamos trabalhar, porque temos nossos compromissos e o sustento das nossas famílias. Quem sabe o prefeito nos destine um auxílio, como um salário mínimo, até que tudo se resolva”, declarou Angelita Barbosa, permissionária.

Mais do que uma ajuda temporária, os permissionários querem comprometimento e planejamento: a garantia de um projeto de reforma que ofereça segurança e dignidade a quem vive do comércio no Largo da Palmeira. “Essa reforma precisa ser feita, com um projeto que deixe tudo novo e seguro. É incrível como esse espaço não foi incluído nos projetos de revitalização de áreas públicas reformadas para a COP30”, concluiu Angelita.

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