Pedófilos Estão Usando IA – Inteligência Artificial para Gerar Imagens de Abuso Infantil

Por Samir Teixeira*

Já escrevi e ainda estou escrevendo diversos artigos sobre inteligência artificial e o que esta nova tecnologia está trazendo de bom e também, infelizmente, de ruim. Mas devemos lembrar que a culpa não é, exatamente, da tecnologia e sim de seus usuários.

Uma reportagem recente da BBC News (veja matéria na íntegra AQUI) revela como pedófilos estão vendendo imagens de abuso infantil feitas integralmente com inteligência artificial, abarrotando a internet deste tipo de conteúdo altamente nocivo.

No entanto, como já disse aqui, a culpa não é da IA. A tecnologia oferece inúmeras possibilidades de uso, mas tudo depende sim de como a máquina é configurada e principalmente de como será utilizada.

Vamos entender melhor tudo isso?

Usando IA – Inteligência Artificial para o Mal

É bem isso. No caso da pedofilia, o software utilizado é o Stable Diffusion, que gera imagens fotorrealistas a partir de qualquer tipo de entrada de texto. A ideia da ferramenta, no entanto, é capacitar as pessoas a criarem arte em poucos segundos.

O alerta é grave e o uso mal-intencionado da tecnologia pode ameaçar a segurança digital, física e política onde o rastreio destes usuários nem sempre é fácil. Na verdade, instituições policiais de todo o mundo estão tentando se adaptar rapidamente a esta nova realidade.

O conceito de polícia cibernética, uma polícia especializada em investigações de crimes na web, já existe há algum tempo. Este tipo de polícia nasceu originalmente por conta de hackers e outros tipos de criminosos coligados.

E é notório que estão, neste exato momento, precisando se adaptar a novos tipos de crimes, como os realizados a partir da IA – Inteligência Artificial. Como é natural, a tecnologia geralmente “anda” muito mais rápido do que a capacidade dos usuários de utilizar todas as suas funcionalidades.

Há alguns anos, costumava-se dizer que o termo crime cibernético era coisa do futuro, pois era algo um tanto distante e até irreal. Hoje, porém, é mais que comum pensarmos nesses crimes como algo absolutamente real, típico e, lamentavelmente, diário.

O triste disso tudo é perceber a imensa capacidade humana de utilizar ferramentas originalmente criadas para facilitar o nosso dia a dia, o nosso trabalho e até o nosso lazer para fazer o mal e cometer, com efeito, diferentes tipos de crimes.

Como Fazer para Se Proteger – IA – Inteligência Artificial e Web?

Existem vários tipos de crimes considerados cibernéticos, que são aqueles consumados exclusivamente pela internet. Levantamento feito por empresa de cibersegurança aponta que golpes virtuais causaram prejuízo de R$ 551 milhões no Brasil, em 2022 (Fonte: G1.com).

O ideal, neste caso, é não utilizar dados pessoais em suas senhas, jamais abrir mensagens ou e-mails estranhos ou que não conheça o remetente e jamais clicar em links desconhecidos, pois eles são sim os mais perigosos.

No caso do assunto aqui tratado, pedofilia com o uso da inteligência artificial, é preciso se ater ao consumidor deste tipo de conteúdo, afinal, quem assiste, propaga ou, pior ainda, produz conteúdos pedófilos tem, de certo, características pedófilas.

Segundo a investigação da BBC, as imagens de abuso estão sendo compartilhadas por meio de um processo em três etapas:

1. Os pedófilos criam imagens usando software de IA;

2. Promovem imagens em plataformas como o site japonês de compartilhamento de fotos Pixiv;

3. Essas contas têm links para direcionar os clientes para imagens mais explícitas, que as pessoas podem pagar para visualizar em contas em sites como o Patreon

A questão aqui é que o Pixiv, uma plataforma originalmente hospedada no Japão, o compartilhamento de desenhos infantis sexualizados não é ilegal, apesar de que a empresa em questão estar está dando prioridade a esse tipo de crime visando, claro, inibi-lo.

Outras ferramentas, como o Microsoft Bing, já possuem bloqueios automáticos para conteúdos impróprios:

IA - Inteligência Artificial

É implícito lembrar que usando uma criança real ou uma criança artificial ou “sintética” para criar e disseminar conteúdos sexuais, ainda assim, é pedofilia e é crime, necessitando de total combate.

Não há, efetivamente, como se proteger deste tipo de conteúdo. Crianças e principalmente adolescentes precisam de um acompanhamento por parte dos pais de tudo que é acessado ou até compartilhado por eles na web.

Existem ainda alguns recursos úteis, como o Microsoft Family Safety, onde é possível acompanhar tudo que seus filhos estão fazendo e vendo na web, bloqueando, inclusive, sites e conteúdos considerados sexuais.

O Google também tem algo parecido, o Family Link, que permite inúmeras definições de segurança, inclusive podendo limitar o uso da web.

Seja como for, lastimavelmente, as instituições governamentais e policiais precisam se adequar e combater o mais rapidamente possível este tipo de crime originado a partir da IA.

“…Ian Critchley, do NPCC, diz que está preocupado que a enxurrada de IA realista ou imagens “sintéticas” possa retardar o processo de identificação de vítimas reais de abuso.

Ele explica: “Isso cria uma demanda adicional, em termos de policiamento, para identificar onde uma criança real, onde quer que esteja no mundo, está sendo abusada em vez de uma criança artificial ou sintética“.

Critchley diz acreditar que este é um momento crucial para a sociedade definir o futuro da internet…”

*Samir Teixeira é Redator, Especialista em Marketing de Conteúdo Avançado.