O delegado Egídio Queiroz, da Divisão de Homicídios da Polícia Civil, informou na tarde desta terça-feira (28) que ainda não há confirmação de que o homem, morto por linchamento por populares no bairro da Marambaia na noite de segunda-feira (27), tenha envolvimento na morte de Paulo Guilherme, de 6 anos. O menino foi encontrado em frente ao Cemitério São Jorge, no bairro da Marambaia, em Belém.
O delegado ressaltou as dificuldades na investigação do linchamento: “Começamos a perícia pela casa da vítima e fomos caminhando por todo o corredor, entre os meandros que tinham ali na comunidade, até chegar ao local do corpo. Como a população acabou matando ele, a gente não sabe quem foi o autor, se foi uma pessoa, se foram várias pessoas. A gente tem os vídeos que foram veiculados no WhatsApp. E esse caso também vai ser investigado aqui pela Divisão de Homicídios. Mas, por ora, como ele faleceu, a gente não tem agora como afirmar se ele é suspeito ou não do crime”, disse o delegado.
Duas investigações e prova técnica
Egídio Queiroz complementou que ambos os casos — a morte do homem linchado e o assassinato de Guilherme — serão apurados pela Divisão de Homicídios. O delegado explicou que a confirmação de eventual participação do homem linchado no assassinato de Guilherme virá através da Polícia Científica.
“Isso daí é algo que vai ser apurado pela Divisão de Homicídios. E também foram coletados vestígios no local e a Polícia Científica, através de prova técnica, por meio de confronto genético, vai afirmar se ele realmente deu apoio ou foi uma das pessoas que, porventura, assassinou [Guilherme]”, concluiu Queiroz.
Vítima de linchamento tinha passagens por estupro de vulnerável
Durante coletiva de imprensa, o delegado Queiroz confirmou que o homem linchado, apesar de não ter envolvimento comprovado com o caso Guilherme, possuía duas passagens pela polícia por estupro de vulnerável.
“O rapaz que foi morto por linchamento tinha duas passagens por estupro de vulnerável. Ainda não tive tempo de fazer a análise dos casos em que ele foi denunciado e não sei se ele chegou a ser julgado, não sei em que pé está. Eu só sei que é por estupro de vulnerável, que, conforme a lei, são pessoas de menores de 13 anos”, afirmou o delegado.
Família de Guilherme será ouvida nesta quarta-feria
A Polícia Civil também informou que deve ouvir, nesta quarta-feira (29), os familiares do menino Guilherme. Os depoimentos são considerados fundamentais para reconstituir os últimos momentos em que a criança foi vista com vida e para entender melhor o contexto do desaparecimento, ocorrido na noite de domingo (26). O caso segue sob investigação da Divisão de Homicídios.
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