Uma mulher trans paraense denunciou ter sofrido transfobia durante o show da cantora americana Katy Perry, realizado um no Estádio Mané Garrincha, em Brasília, durante a última apresentação da turnê no Brasil.
Segundo o relato da vítima, ao tentar acessar o banheiro feminino, foi impedida por uma funcionária do local, que alegou que ela possuía órgão genital masculino e chegou a chamá-la de “meu amigo”, desrespeitando sua identidade de gênero.
Mesmo após informar que era uma mulher trans, a funcionária manteve a proibição, afirmando que “estava cumprindo as leis”. Em seguida, um segundo funcionário sugeriu que a paraense utilizasse o banheiro exclusivo para pessoas com deficiência, proposta que foi prontamente recusada.
A vítima reforçou seu direito de usar o banheiro correspondente à sua identidade de gênero, conforme previsto na legislação brasileira, que reconhece o direito de pessoas trans de terem sua identidade de gênero respeitada, incluindo o uso de banheiros de acordo com seu gênero social, apoiado por decisões do Supremo Tribunal Federal.
O episódio evidencia não apenas o desrespeito à identidade de gênero, mas também a falta de treinamento adequado de equipes em grandes eventos para lidar com questões de inclusão e direitos humanos.
Além do impacto pessoal sobre a vítima, a denúncia da paraense levanta questionamentos sobre a responsabilidade das casas de show e de seus funcionários na garantia de direitos básicos.
Especialistas em direitos humanos lembram que a transfobia é crime, prevista no artigo 20 da Lei nº 7.716/1989, que tipifica discriminação ou preconceito de gênero, e pode resultar em punições civis e criminais.
A situação vivida pela paraense mostra que ainda há barreiras estruturais e culturais que impedem o pleno acesso de pessoas trans a serviços e espaços públicos, mesmo em eventos de grande visibilidade.
A vítima espera que sua denúncia sirva de alerta para que outros não passem pelo mesmo constrangimento, e que organizações, empresas e equipes de eventos adotem medidas concretas para garantir segurança, respeito e igualdade a todos os participantes, independentemente de identidade de gênero.
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