O Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), iniciou na terça-feira (9) a implantação do teste de DNA-HPV em unidades de saúde da Ilha do Combu, do Distrito D’Água, em Belém, e nas regiões do Marajó I e II. A iniciativa integra uma nova estratégia de prevenção ao câncer do colo do útero e já é considerada referência técnica para outros municípios.
O teste identifica o DNA do Papiloma Vírus Humano (HPV) com maior precisão e sensibilidade, permitindo detectar desde lesões de baixo grau até casos graves, como carcinomas invasores. Entre as vantagens em relação ao exame citológico tradicional estão a coleta mais rápida, menor custo ao sistema público e a possibilidade de auto-coleta para mulheres que têm dificuldade de realizar o preventivo de forma regular.
A secretária de Saúde, Ivete Vaz, destacou o avanço na assistência.
“Com o teste de DNA-HPV, damos um passo importante na prevenção do câncer do colo do útero no Pará. É um exame mais preciso, de fácil acesso e que fortalece o diagnóstico precoce”, afirmou.
Quem pode realizar o exame
Nesta etapa, o teste é destinado a mulheres de 30 a 49 anos que não fazem o PCCU há mais de três anos ou que nunca realizaram o exame. O atendimento ocorre por demanda espontânea ou mediante agendamento com agentes comunitários de saúde.
Em Belém, seis unidades já estão habilitadas: UMS Guamá, UMS Condor, UMS Terra Firme, UMS Cremação, UBS Combu e UMS Jurunas.
Orientações para a coleta
Para realizar o exame, é necessário que a mulher:
- não esteja menstruada;
- não tenha mantido relação sexual nas últimas 48 horas;
- não tenha usado cremes ou medicamentos vaginais no período;
- mantenha higiene íntima diária normalmente.
A coordenadora estadual de Atenção Oncológica, Patrícia Martins, reforça que o teste só precisa ser repetido a cada cinco anos, o que facilita o rastreamento e reduz custos. As análises serão feitas pelo Instituto Evandro Chagas (IEC), fortalecendo a detecção precoce no estado.
Treinamento e metas de expansão
Nesta quarta-feira (10), equipes municipais que utilizam o sistema GAL participaram, no IEC, de treinamento sobre o fluxo de coleta, envio e análise dos exames, preparando os municípios para a expansão da estratégia.
A meta da Sespa é alcançar cerca de 3 mil coletas por mês, totalizando 35.551 exames até janeiro de 2027. A ação integra o programa Agora Tem Especialistas, em parceria com o Ministério da Saúde e a Prefeitura de Belém.
Estratégia alinhada à OMS
A implantação dos testes moleculares segue diretrizes da Organização Mundial da Saúde, que busca acelerar a eliminação do câncer do colo do útero como problema de saúde pública até 2030. Entre as metas internacionais estão:
- 70% das mulheres testadas aos 35 e 45 anos com métodos de alta performance;
- 90% das mulheres com lesões precursoras em tratamento;
- 90% das meninas vacinadas contra o HPV até os 15 anos.
A Sespa reforça que a ampliação do uso do teste de DNA-HPV representa um avanço significativo na prevenção e no diagnóstico precoce, contribuindo diretamente para salvar vidas e reduzir a incidência do câncer cérvico-uterino no estado.
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