O mundo do rock amanheceu mais silencioso nesta segunda-feira com a morte de Ozzy Osbourne, aos 76 anos. Conhecido como o “Príncipe das Trevas”, Ozzy não apenas deixou uma marca indelével na história da música pesada, mas também encerrou sua trajetória com um gesto monumental de generosidade que transformou seu último show em um dos maiores eventos beneficentes da história.
John Michael “Ozzy” Osbourne nasceu em Birmingham, na Inglaterra, e foi o vocalista original da lendária banda Black Sabbath, com quem revolucionou o heavy metal nos anos 1970. Dono de uma voz inconfundível e de uma presença de palco arrebatadora, Ozzy também construiu uma carreira solo recheada de clássicos como Crazy Train e No More Tears. Sua figura irreverente e carismática conquistou milhões de fãs ao redor do mundo, fazendo dele um ícone cultural além da música.
Mas seu último ato no palco foi mais do que um bis — foi um legado.
No dia 5 de julho deste ano, Ozzy subiu ao palco pela última vez em sua terra natal, Birmingham, para o evento Back To The Beginning, um festival histórico que reuniu grandes nomes do metal e marcou a despedida oficial do astro. O ponto alto da noite foi o aguardado reencontro do Black Sabbath com sua formação clássica, num momento carregado de emoção e significado. A apresentação foi transmitida ao vivo e vendeu ingressos solidários, rifas e produtos licenciados.
O resultado foi estrondoso: mais de US$ 200 milhões arrecadados para instituições de caridade, tornando-se o maior show beneficente da história. Os valores foram destinados ao Birmingham Children’s Hospital, Acorn Children’s Hospice e Cure Parkinson’s, instituições escolhidas pelo próprio Ozzy, que convivia com o diagnóstico da doença de Parkinson.
“Esse foi o maior espetáculo da vida dele — e não foi só no palco”, comentou Tom Morello, do Rage Against the Machine, que atuou como diretor musical do evento e comemorou o feito nas redes sociais. “Ozzy mostrou que o rock pode, sim, mudar o mundo.”
O show superou com folga os US$ 100 milhões arrecadados pelo FireAid em Los Angeles, até então o maior evento do tipo.
Assim, Ozzy se despediu da mesma forma que viveu: em alto e bom som, reunindo multidões, quebrando recordes e, desta vez, deixando não só riffs inesquecíveis, mas também um impacto social duradouro.
O mundo perde um ídolo, mas ganha um exemplo. Descanse em paz, Madman. Que o som nunca pare.
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